sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O PT VAI PARA O PED FRAGMENTADO




JM Cunha Santos



Luís Henrique Sousa é membro da Executiva Municipal e do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores. Quando do lançamento da candidatura de Fernando Silva e Raimundo Monteiro para presidir os dois Conselhos tive a oportunidade, junto com o incansável repórter Álvaro Luiz, de conversar com Henrique sobre os caminhos que o PT pode tomar no arco de alianças possíveis com vistas às eleições de 2010.

O PT tem as opções de reeditar a aliança feita com o PC do B na disputa pela Prefeitura de São Luís em 2008; pode lançar candidatura própria ou, ainda, coligar-se com o PMDB, apoiando o indicado por Roseana Sarney, que pode ser ela própria.

Com tantas tendências oficiosas, no caso todo particular do Maranhão a situação do PT é extravagante. Somente na tendência a que Henrique pertence há três subgrupos, cada um defendendo uma proposta diferente. Na opinião de Henrique, a fragmentação no Partido é tamanha que vença quem vencer o PED (Processo de Eleições Diretas) não terá como garantir que a chapa inteira e seus eleitores confirmem a tese defendida nas urnas.

Seis nomes disputam a Presidência do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores: Raimundo Monteiro, que teoricamente seria partidário de uma aliança com o PMDB de Roseana Sarney; Rodrigo Comerciário, Fransuíla, Bira do Pindaré, Augusto Lobato e Edmilson Cardoso.

Estamos prontos para divulgar as posições e razões de cada um dos candidatos. Eles poderão nos acessar nos endereços j.m.cunhasantos@hotmail. com e www.jmcunhasantos.blogspot.com

Em tempo: Henrique não perdeu a oportunidade de apimentar o bate-papo, afirmando que o deputado Domingos Dutra está com o pé em três chapas. “Ele diz que apóia Augusto Lobato, mas todos os seus generais estão com Bira do Pindaré”, ironizou.



A COLIGAÇÃO DO BACON COM FAROFA



Sem a verticalização, que obrigava à manutenção das alianças nacionais nos Estados, o PT maranhense está à vontade para se partir em mil pedaços. Não é essa, entretanto, a idéia que se intui da entrevista coletiva do ex-senador José Eduardo Dutra, candidato à Presidência do Diretório Nacional que, pregando “um PT forte e coeso”, garante que nunca houve em seu partido tanta unidade em torno das questões básicas como - ele mesmo exemplifica - a candidatura da ministra Dilma Roussef. Só deplora, mesmo nos Estados, qualquer aliança com o PSDB.

Fizemos uma única pergunta: “O PMDB é conhecido há muito tempo como o mais fisiológico de todos os partidos do país, até pela desenvoltura com que se envolve em corrupção. Porque toda essa pressão em favor de uma aliança com o PMDB? O PT está com medo de perder as eleições”?

Dentre outras respostas, Dutra sugeriu que este é o discurso da oposição, do DEM, do PSDB, partidos dispostos a tudo para minar esta aliança porque, neste aspecto, querem estar no lugar do PT. Motivo: o PMDB é o maior partido do Brasil, portanto o que tem mais tempo de televisão e mais palanque. E afirmou que o Partido dos Trabalhadores não está defendendo apenas uma aliança formal com o partido de Sarney e Renan Calheiros visando às próximas eleições. Quer o PMDB na base de apoio durante o governo de Dilma Roussef.

Ainda tentamos fazer uma pergunta diretamente ao candidato a presidente do Diretório Municipal do PT, Fernando Silva. Sobre a votação ridícula do partido em São Luís nestes 29 anos e se o DM pode fazer alguma coisa para mudar essa perspectiva eleitoral. Mas todos pareciam estar interessados apenas em saber se o PT coliga com Roseana ou não e não houve tempo.

O churrasco na “Querência dos Pampas” foi muito bom, até pelo sabor inconfundível de bacon com farofa, uma coligação irresistível até mesmo para quem quer fugir desse “regime”. Teve gente que comeu demais, mas eu, particularmente, saí de lá com uma sensação de vazio no estômago. E também na alma.




AS AVENTURAS DO DETETIVE FROXÔ   



JM Cunha Santos



Episódio de hoje:

Froxô vira repórter do “Estadão”.



- Missão secreta, detetive. Você será infiltrado no jornal “O Estado de São Paulo” com a missão nobre de divulgar notícias sobre o Maranhão.

Bom detetive e já se julgando uma mistura de Walter Rodrigues com Décio Sá, Froxô deixou o QG sonhando com a solenidade em que recebia o Prêmio Pulitzer de melhor jornalista investigativo do planeta. Voltou decepcionado.

- Eu descobri o mordomo que não trabalhava há seis anos e ganhava R$ 12 mil. Matéria censurada; descobri as contratações de netos e sobrinhas de Sarney. Matéria censurada; tentei divulgar a compra de imóveis da família pela Holden Construções. Matéria censurada; sobre o favorecimento de José Adriano para gerir um esquema de crédito no Senado não me deixaram nem escrever; quis denunciar a venda de terras em nome de outras pessoas para evitar o pagamento de impostos e fui seguido durante uma semana por gente mal encarada; quando trouxe as provas da negociação de uma vaga no Senado para Henrique Dias, namorado da neta do presidente, Maria Beatriz Sarney, fui chamado de “verme golpista” por Saib Adib em plena redação; falei sobre desvios de recursos de uma verba de R$ 960 mil, repassada pelo Estado para a Fundação da Memória Republicana Impublicável e da omissão à Justiça de uma casa no valor R$ 4 milhões e me deram aviso prévio; quando trouxe provas de desvios de recursos da Petrobrás, não deu outra. Fui demitido por justa causa. Será que não dá pra me infiltrar com o pessoal do “Marcola”? Lá, se não ganhar o Prêmio Pulitzer, ganho pelo menos uma ponta num filme, viro astro de cinema.

- Não lamente. Você tem um consolo. Foi o mais votado no VI Congresso de Jornalistas do Maranhão. Só que não vai receber o prêmio.

- Não vou? Por quê?

- Porque não trabalha no Sistema Mirante de Comunicação.

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