Editorial
JP, 23 de julho
O
juiz Marlon Reis lança, hoje, no auditório Desembargador Joaquim Ramos
Filgueiras, do Fórum de São Luís, o livro “Nobre Deputado” que conta histórias
dos bastidores políticos deste país. O evento será aberto ao público e terá a
mediação de profissionais da imprensa, além da presença certa de militantes das
causas sociais, formadores de opinião e estudantes.
Nas
118 páginas do livro o leitor vai encontrar uma pesquisa inédita feita pelo
magistrado em sua tese de doutorado da Universidade de Zaragosa, na Espanha. O
livro é aguardado com impaciência e esperança pela sociedade, em virtude,
inclusive, da reação da Câmara Federal à sua publicação. Também por ser o Dr.
Marlon Reis um dos principais articuladores da coleta de assinaturas para a Lei
da Ficha Limpa que, somente até agora, nesta eleição, impediu as candidaturas
de mais de 300 corruptos reconhecidos e condenados pela Justiça.
Marlon
Reis é também fundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, rede de
abrangência nacional que reuniu 50 das mais importantes organizações sociais
brasileiras e congrega 380 comitês locais espalhados por todo o país. É também
autor do livro “O gigante acordado”, publicado pela editora Leya em 2013.
Feita
a devida apresentação de quem, por seu histórico em defesa deste país, dispensa
apresentações, vemos no lançamento desse livro uma oportunidade de debate de
graves fatos da política maranhense, inclusive sobre o papel da imprensa na
denuncia da corrupção, de como o legislador deve atuar para proteger
jornalistas de processos e condenações nestes casos e sobre a determinação da
Justiça, em sede processual, de garantir a liberdade de imprensa e a liberdade
de expressão.
A
Lei da Ficha Limpa, que teve em Marlon Reis um dos principais articuladores, de
iniciativa popular, é uma das grandes, se não a principal conquista da
legislação brasileira nos últimos anos. Mas a corrupção, evidentemente,
permanece em campo em períodos eleitorais, recursos de toda ordem continuam
garantindo muita impunidade país afora e pessoas aparentemente condenadas pela
Justiça ainda conseguem manter suas candidaturas, a despeito da lei.
Profissionais
de imprensa do Maranhão acabam de encaminhar denúncia à Federação Nacional de
Jornalistas a respeito da proliferação de processos do PMDB contra o livre
exercício da profissão. Esse partido, comandado por Sarney no Maranhão, promove
uma verdadeira caça à imprensa do Estado. Nas emissoras de rádio, a
participação do ouvinte foi limitada, diretores de jornal vigiam tudo o que
pode ser publicado para evitar processos e há assuntos (assuntos, não matérias)
que não podem ser abordados em nenhum órgão de comunicação.
Precisamos
saber porque a censura prévia vigora neste país somente no Maranhão. Está tudo
pronto para este encontro entre “nobres deputados”, iluminados juristas e
jornalistas processados.
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