terça-feira, 19 de agosto de 2014

PROFESSORES ACORRENTADOS -EXTREMISMO DA AUTOFLAGELAÇÃO

Não existem atos de crueldade cometidos pelo poder público que justifiquem a autoflagelação dos professores de São Luís.

JM Cunha Santos

 
Reluto muito em me manifestar contrariamente a categorias profissionais, principalmente em estado de greve. A greve é um direito inalienável do trabalhador em favor do qual tenho me manifestado a vida inteira. Mas o SindEducação comprou correntes, acorrentou professores, não na porta ou nas proximidades, mas dentro da Prefeitura Municipal de São Luís. E ameaça agora com uma greve de fome.

Por quê? Essas pessoas não tinham mais o que comer? Foram, acaso, torturadas por uma polícia política sob comando do prefeito Edivaldo Holanda Júnior? Alguém, por acaso, matou algum de seus parentes impunemente e elas estão em busca de Justiça? Foram presas e seviciadas pelo poder público municipal?

O exagero é evidente. Ninguém se acorrenta dias seguidos e faz greve de fome por ter recebido um reajuste salarial abaixo da inflação. Ou teria o Sindicato avaliado que a proposta subliminar de tocar fogo na Prefeitura, feita por um senador, seria contraproducente a seus propósitos?

Há dias ouço que Sarney não vai entregar o poder facilmente. E sinto já que o caminho encontrado para fazer sangrar o Maranhão parece ser essa greve. O prefeito de São Luís está pagando pelo fato de um candidato de oposição, Flávio Dino, estar 30 pontos à frente do candidato do governo nas pesquisas, está pagando pelos 40 pontos de rejeição, não só de Edinho, mas do modelo político arbitrado no Maranhão pelo senador José Sarney.

Eu nem sei o que dizer sobre um Sindicato que acorrenta a categoria. Não tenho idéia do que possa estar acontecendo. Parece coisa de seita, de fanáticos religiosos, não tem nada a ver com movimentos sociais. Quem se dispõe a isso só pode ter sido fulminado por algum processo de lavagem cerebral. Não existem atos de crueldade cometidos pela autoridade que justifiquem a autoflagelação dos professores de São Luís. Isso é crime, é terror político, é qualquer coisa, menos movimento social.

4 comentários:

  1. O q mata um povo e a falta de conhecomento ! Mas , disponho deste conhecimento e humildade p esclarecer ...Vamos aos fatos : Sou professora da rede municipal e há anos assim como meus companheiros gritavamos por dignidade " no chão da escola " e nunca fomos ou idos e asseguro , fosse essa gestão ou outra nao seria diferente pois estávamos dispostos a sermos ouvindo nem acorrentados ...Desde do ano passado nao chega material didático p trabalharmos , as promessas de reforma das escolas nao sairam do papel ( e ha prédios prestes a desabar sobre alunos e funcionários ) entre outros problemas q denunciamos dia a dia ...Tudo q fazemos é de comum acordo entre nós ninguém está acorrentado ou em greve de fome obrigado pelo contrário muitos se ofereceram . Pode parecer uma atitude extrema porem , extremo tem sido a postura da prefeitura em ignorar desde dia 22 de maio nao so a categoria mas 130 mil alunos e seus pais .Para finalizar isso poderia ter sodo evitado ; nao temos apoio de A ou B e sim da propria categoria embora tenha sido sugerido seu blog ...

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    1. Eu entendo, professora, que invariavelmente, quando se trata de greve os trabalhadores têm razão. Foi sempre assim nesse país e vai ser durante muito tempo, posto que a distribuição de renda é uma desgraça e continua privilegiando uma minoria provilegiada em detrimento da classe trabalhadora do Brasil. Mas autoflagelação, professora? Se acorrentar sem comer dias seguidos nas grades de uma Prefeitura, é uma atitude inexplicável que, como eu disse, só se poderia esperar de alguém que passou por um longo processo de lavagem cerebral. Nem fanáticos religosos muçulmanos fazem mais isso. A snehora diz que muitos se ofereceram. Mas quem teve a idéia maluca de submeter os professores de São Luís a tortura apenas para chmar atenção para uma negociação salarial? Eu nunca soube que algo pelo menos parecido acontecesse em qualquer outro lugar do mundo. Pelo amor de Deus, tem alguma coisa terrivelmente errada nessa história.

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  2. Bem feito pra vc JM Cunha

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  3. Meu caro,professor não é um ser alienado que se sujeita a ser objeto de manobra de A ou B.Os mesmos estão lutando pelos seus direitos e isso é justo e digno!Essa história de dizer que trata-se de uma greve política é uma grande inverdade,pois o que se questiona é apenas a grande mudança que aconteceria em São Luís e que até agora não chegou.Na verdade,pensei que com caostelo estávamos no fundo do poço,mas agora descobri com esse novo prefeito que o poço é mais fundo.

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