“Se
alguém te trai uma vez, a culpa é dele; se te trai duas vezes, a culpa é sua.
JM
Cunha Santos
Sarney
traiu Dilma, fala o povo, comprovam os peritos, os psicoterapeutas freudianos,
os políticos de carreira, os arapongas vencidos, os aliados e adversários.
Todos sabem que ele traiu. Traiu na proporção shakespereana de Iago traindo a
Otelo, o Mouro de Veneza, por lhe negar uma nomeação de comandante. Sarney quis
continuar comandante, fosse lá do que fosse, e traiu Dilma no temor de que ela
perdesse o poder de nomear.
Sarney
traiu e segundo alguns mandou se filmar traindo para depois cobrar de Aécio
Neves o preço da traição. Traiu, sem que ninguém pedisse, com o nome de Dilma
no peito e a cabeça cheia de cargos federais.
Quando
delatou Tiradentes aos portugueses, Joaquim Silvério dos Reis ganhou posses e
nomeações. E não era outra coisa que Sarney esperava de Aécio traindo Dilma -
posses e nomeações já que tudo indicava que Dilma não mais teria poder para
distribuir posses e nomear.
A
abominável punhalada nas costas da presidente lembra até o tratado de não
agressão entre a União Soviética e a Alemanha quando as duas potências se
traíram simultaneamente. E que não repita Dilma o “Até tu, Brutus”, de Július
Cesar, pois já devia saber que Sarney trai porque gosta de trair. Traiu o povo
em favor da ditadura e traiu a ditadura para se dar bem.
E
enchem páginas inteiras nas quais Sarney chama o flagrante de sua traição de
farsa. Mais uma vez ele está traindo; traindo sua própria traição, pois o
importante para Sarney é trair. Desta
vez, porém, traiu para o lado que não deu certo, o lado que não venceu e é somente isso o que lamenta. O caudilho
maranhense talvez nem saiba fazer a conta de a quantos e quantas vezes traiu.
No caso, traiu também a confiança de Lula, que sabe trair também porque Sarney
ensinou.
Traidor
patológico, Sarney não julga que trair seja um crime ou uma deficiência moral e
antes de qualquer julgamento já se sente perdoado. Por isso ainda alimenta a
esperança de ser ministro do governo Dilma, nem que seja por influência de
outros traidores, como Renan Calheiros, um dos poucos a quem, por pura questão
de afinidade, nunca traiu. Pode ser que consiga ser ministro, mas que guarde
Dilma o dístico de Eleanor: “Se alguém te trai uma vez a culpa é dele; se te
trai duas vezes, a culpa é sua”.
Taí, a chances de Lula e Dilma se livrar deste incômodo, com um belo pé na bunda de Sarney, mandando para o ostracismo, essa coisa nefasta da politica para "o quinto do inferno". Motivo tem muito, mas essa é a gota d'agua para transbordar o tonel de vinho.
ResponderExcluirO elemento trai descaradamente sem nenhum remorso, cara dura, crente que, qualquer lado ele está dentro, não importa o sentimento a consciência, dane-se o ego. Alguém já disse: Trair e coçar, é só começar. Sarney é uma pessoa de caráter duvidoso...