sexta-feira, 31 de outubro de 2014

SARNEY, O TRAIDOR

“Se alguém te trai uma vez, a culpa é dele; se te trai duas vezes, a culpa é sua.

JM Cunha Santos

 
Sarney traiu Dilma, fala o povo, comprovam os peritos, os psicoterapeutas freudianos, os políticos de carreira, os arapongas vencidos, os aliados e adversários. Todos sabem que ele traiu. Traiu na proporção shakespereana de Iago traindo a Otelo, o Mouro de Veneza, por lhe negar uma nomeação de comandante. Sarney quis continuar comandante, fosse lá do que fosse, e traiu Dilma no temor de que ela perdesse o poder de nomear.
Sarney traiu e segundo alguns mandou se filmar traindo para depois cobrar de Aécio Neves o preço da traição. Traiu, sem que ninguém pedisse, com o nome de Dilma no peito e a cabeça cheia de cargos federais.
Quando delatou Tiradentes aos portugueses, Joaquim Silvério dos Reis ganhou posses e nomeações. E não era outra coisa que Sarney esperava de Aécio traindo Dilma - posses e nomeações já que tudo indicava que Dilma não mais teria poder para distribuir posses e nomear.
A abominável punhalada nas costas da presidente lembra até o tratado de não agressão entre a União Soviética e a Alemanha quando as duas potências se traíram simultaneamente. E que não repita Dilma o “Até tu, Brutus”, de Július Cesar, pois já devia saber que Sarney trai porque gosta de trair. Traiu o povo em favor da ditadura e traiu a ditadura para se dar bem.
E enchem páginas inteiras nas quais Sarney chama o flagrante de sua traição de farsa. Mais uma vez ele está traindo; traindo sua própria traição, pois o importante para Sarney é trair.  Desta vez, porém, traiu para o lado que não deu certo, o lado que não venceu e é  somente isso o que lamenta. O caudilho maranhense talvez nem saiba fazer a conta de a quantos e quantas vezes traiu. No caso, traiu também a confiança de Lula, que sabe trair também porque Sarney ensinou.
Traidor patológico, Sarney não julga que trair seja um crime ou uma deficiência moral e antes de qualquer julgamento já se sente perdoado. Por isso ainda alimenta a esperança de ser ministro do governo Dilma, nem que seja por influência de outros traidores, como Renan Calheiros, um dos poucos a quem, por pura questão de afinidade, nunca traiu. Pode ser que consiga ser ministro, mas que guarde Dilma o dístico de Eleanor: “Se alguém te trai uma vez a culpa é dele; se te trai duas vezes, a culpa é sua”.

Um comentário:

  1. Taí, a chances de Lula e Dilma se livrar deste incômodo, com um belo pé na bunda de Sarney, mandando para o ostracismo, essa coisa nefasta da politica para "o quinto do inferno". Motivo tem muito, mas essa é a gota d'agua para transbordar o tonel de vinho.
    O elemento trai descaradamente sem nenhum remorso, cara dura, crente que, qualquer lado ele está dentro, não importa o sentimento a consciência, dane-se o ego. Alguém já disse: Trair e coçar, é só começar. Sarney é uma pessoa de caráter duvidoso...

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