domingo, 25 de janeiro de 2015

Passista da Beija-Flor é encontrada morta após tortura em favela

Jornal Extra



 
A morte de uma componente da Beija-Flor depois de uma sessão de tortura praticada por criminosos do Morro da Mina, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, causa revolta na escola de samba. Na última quinta-feira, no tradicional ensaio da Azul e branco, a ausência da travesti passista, apelidada de Piu, chamou atenção dos sambistas, já que ela ia religiosamente a todos os ensaios. Piu é, na verdade, Claudio da Silva, de 25 anos, mas, no mundo do samba, ninguém a conhecia pelo nome de batismo.
Piu aparece em vídeo sendo torturado por criminosos Segundo familiares, Piu desapareceu na própria quinta-feira quando estava indo ao ensaio da agremiação. Desde então, parentes não conseguiam localizar o paradeiro dela. Com a divulgação de um vídeo em que Piu aparece sendo torturada por criminosos, a família passou a procurar pelo corpo da sambista, que só foi encontrado neste sábado, no Instituto Médico Legal (IML) de Duque de Caxias, também na Baixada Fluminense.
O corpo estava cheio de escoriações e com sinais de espancamento. Tinha seis perfurações de tiro também - contou Luiz Henrique Guimarães, cunhado da vítima. Luiz negou que Piu estivesse envolvido com milícia. Nas imagens divulgadas inicialmente pela página “Amigos de Nilópolis”, os criminosos afirmam que ela foi até a favela a mando de milicianos.
- Todos os familiares estão arrasados, perplexos com o que aconteceu. Ela não tinha envolvimento algum com milícia. O negócio dela era samba mesmo - disse Luiz.
Ainda não há informação sobre o enterro de Piu.
Luto no samba
Amiga pessoal da passista, a rainha de bateria da Beija-Flor, Raíssa de Oliveira, contou que ficou sabendo do sumiço de Piu um dia depois do ensaio da escola. Ela recebeu um telefonema de um parente da vítima, perguntando sobre seu paradeiro. Raíssa disse que Piu sempre dormia em sua casa. Porém, há um mês que não fazia mais isso. Segundo ela, a passista sabia que perto do carnaval a rotina de Raíssa se transformava por causa dos inúmeros compromissos e não queria incomodá-la.
- Está sendo um baque muito grande. Ela (Piu) era a alegria da quadra. Todo mundo gostava dela. Você não tem noção. E ela amava demais as escolas de samba, ia em todas. Sempre ia na Beija-Flor. Sei até de histórias que ela ia de Anchieta (onde Piu morava) para Nilópolis à pé só para não perder o ensaio - afirmou Raíssa.
Presente em várias escolas de samba, Piu recebeu homenagens nas redes sociais. A rainha de bateria da Portela, Patrícia Nery, foi uma que lamentou a morte de Piu. Neste domingo, a Beija-Flor faz seu ensaio técnico no Sambódromo do Rio, às 20h, e componentes estão pedindo para que todos utilizem fitas pretas nos braços ou no pulso.

2 comentários:

  1. Homofobia ? ou prazer em torturar e matar ? infelizmente a violência esta cada vez mais presente,e cada cvez maisperto de todo mundo.
    ps. Cariunho respeito e abraço.

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