Informe
JP, 1 de fevereiro
É
muito cedo para dizer de bem ou de mal do governo, avaliarão, certamente,
alguns. Mas revela-se instintiva, nesses primeiros 30 dias, a opção do governo
e do novo governador, Flávio Dino, pela promoção da igualdade social,
transparência e honestidade nos negócios públicos. Não há mais preguiça,
inapetência administrativa. Sente-se que o instinto socialista toma assento no
poder.
O
governo e o governador colam nos movimentos sociais, nos sindicatos, nas
entidades da sociedade civil organizada, nos representantes da força pública,
nos deserdados que pagaram com a própria fome, saúde e educação pelo mais
sacrificado Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil. O índice que, dentre
outras seqüelas, revelou o estado de extrema pobreza do povo do Maranhão.
O
governo responde. Trinta prefeitos, que nem sequer apoiaram a campanha do novo
governo, receberam o Plano Mais IDH e um comitê gestor encarregado de reparar
algumas das mais graves injustiças sociais da nossa História. Não há mais,
portanto, discriminação político-administrativa; há um povo que espera que o
poder público atenda a seus legítimos direitos e aspirações.
O
governo ousa e desafia e, consciente de que as improbidades e o patrimonialismo
se tornaram insuportáveis para os maranhenses, cria a Secretaria da
Transparência e Combate à Corrupção. Até o último dezembro, nem como idéia,
isso jamais seria imaginável. Até o último dezembro, a essência da governança
era um baião de dois intragável de patrimônio público e patrimônio privado, uma
mistura acre de interesses pessoais e de grupos afinal responsáveis pelo atraso
econômico do Estado.
O
governo ousa, desafia e põe fim às terceirizações, até ontem uma fonte de renda
inesgotável para amigos e parentes do poder.
Trinta
dias e a desarticulada agricultura familiar ganhou uma pasta, um posto
gerencial; trinta dias e mil novos policiais foram convocados a se incorporar à
combalida segurança da população, ao combate à violência, tráfico de drogas e
ao crime organizado; trinta dias e o governo organiza um seletivo para colocar
mil novos professores em salas de aula. E a nova ordem é por fim às escolas de
taipa, à didática faminta das palhas e dos galpões.
Trinta
dias para dar início a um novo modelo político no Estado, senhores barões dos
privilégios, nem um único dia a mais.
Talvez
que, de fato, ainda seja cedo para dizer de bem ou de mal do governo, mas tão
visível opção pela erradicação da pobreza absoluta, pela redução das
desigualdades, pela transparência e honestidade e a evidente integração dos
movimentos sociais e entidades da sociedade civil ao governo, anuncia a
construção de uma nova ordem política, na qual o dinheiro do povo caiba apenas
nos bolsos do povo, não em contas secretas e paraísos fiscais.
É
esse o rumo. A direção nos parece inconfundivelmente correta. Já era hora do
poder público no Maranhão entender a extensão do ser público e governar com
mais atenção a seu próprio e inquestionável instinto social.
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