Marina Silva |
A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina
Silva publicou texto em seu site oficial
neste sábado em que afirma que o impeachment" da presidente Dilma Rousseff
não é "solução" para os "problemas" do país. Ela disse
ainda que o processo poderia levar a um "aprofundamento do caos".
Terceira colocada nas eleições presidenciais de
outubro do ano passado, Marina defendeu que a "melhor energia" para
solucionar tais problemas "é e sempre será a manifestação da sociedade,
pacífica mas indignada."
"Muita gente vai para as ruas protestar. Há
uma campanha pedindo o impeachment da presidente que foi eleita há poucos
meses. Compreendo a indignação e a revolta, mas não acredito que essa seja a
solução. Talvez o resultado não seja o pretendido retorno à ordem, mas um
aprofundamento do caos", afirmou Marina Silva.
Apesar de defender que é preciso "dar um prazo
inicial a todo governo eleito, para que diga a que veio", a ex-senadora,
que foi um dos principais quadros do PT por quase 25 anos, disse que "o
impeachment seria uma punição ao PT, sem dúvida."
"Uma resposta no mesmo padrão criado pelo
partido quando estava na oposição: gritar “fora” a qualquer governo (Sarney,
Collor, Itamar, FHC e incontáveis governos estaduais), com ou sem provas de
corrupção, pela simples avaliação ideológica de que eram governos impopulares
ou contrários aos interesses dos trabalhadores", afirmou.
Ao comentar os protestos contra o governo de DIlma,
Marina ressaltou que "das ruas vem sempre o alerta". Ela defendeu no
texto que os "interesses dos partidos e grupos que almejam o poder"
estão abaixo dos "interesses do país e os que querem sinceramente servi-lo
não devem desperdiçar a oportunidade de mudar, antes de serem por elas
mudados."
'Silêncio'
No texto publicado em seu site, Marina Silva comentou críticas que recebeu por estar em "silêncio" desde que perdeu as eleições. Ao rebater as acusações, a ex-ministra disse que não andou "tão calada assim".
No texto publicado em seu site, Marina Silva comentou críticas que recebeu por estar em "silêncio" desde que perdeu as eleições. Ao rebater as acusações, a ex-ministra disse que não andou "tão calada assim".
"Divulguei, em várias mensagens, minhas
observações sobre a disparidade entre a propaganda da presidente reeleita e os
atos reais de seu governo, que chamei de 'desmandamentos'. Não foi, portanto,
um silêncio muito silencioso", disse.
"Preferi não seguir a pauta convencional, onde
o bate-boca pós-eleitoral e as versões da guerra partidária continuavam
acirrados. Como já disse, a polarização não é apenas uma disputa entre dois
lados, é uma cultura, um modelo mental que domina a política e a comunicação,
algo difícil de desfazer", concluiu Marina.
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