Waldemar Terr - Agência Assembleia
Diante
de pelo menos 30 deputados, Marcos Pacheco afirmou que o Estado é campeão de
mortalidade infantil e que 107 mulheres morreram de parto no ano passado.
Quase 30 deputados prestigiaram a
palestra feita pelo secretário de Saúde do Estado, Marcos Pacheco, nesta
terça-feira (17), na Assembleia Legislativa, sobre as ações da pasta e o que o
governo pretende fazer para melhorar o atendimento hospitalar e preventivo.
Pacheco disse que “só construir hospitais não resolve o problema, é preciso
investir em medicina preventiva e fazer gestão de qualidade”.
A audiência foi solicitada pelo
presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, deputado Stênio Rezende (PRTB),
e foi prestigiada pelo presidente em exercício da AL, Othelino Neto (PCdoB); o
líder do Governo, Rogério Cafeteria (PSC); o líder do PMDB, Roberto Costa;
outros integrantes da Comissão de Saúde (Dr. Levy, Andréa Murad, Fábio Braga,
Antônio Pereira e Ricardo Rios); e deputados como Valéria Macedo (PDT), Souza
Neto (PTN), Adriano Sarney (PV) e Rigo Teles (PV), entre outros.
O secretário bateu bastante na tecla de
que fazer medicina preventiva reduz custos com a saúde porque evita que a
população fique doente ou que a doença progrida. Marcos Pacheco afirmou que
tratar doente é caro, em torno de R$ 2,5 mil por dia numa UTI, enquanto fazer
preventivo em alguém que tem pressão alta fica em torno de R$ 2 mil por mês.
Os deputados tiveram uma participação
ativa durante a audiência, fazendo várias perguntas e avaliaram que a palestra
foi importante para que tomassem conhecimento das ações que o Governo do Estado
pretende executar. Marcos Pacheco disse também que é preciso ampliar a regionalização
do atendimento para desafogar a rede hospitalar de São Luís. “Saúde se faz na
comunidade, com prevenção primária e secundária”, garantiu.
O secretário revelou que a rede
hospitalar atualmente é ampla, mas não tem recursos para mantê-la. O orçamento
herdado do governo de Roseana Sarney reserva apenas R$ 6 milhões para ações de
prevenção, mas o custo com a rede hospitalar chega a quase R$ 1 bilhão.
Pacheco defendeu a decisão do Governo do
Estado de liberar atendimento para todos nas UPAS. O secretário justificou a
medida dizendo que “a população não quer saber se o hospital é municipal,
estadual ou federal”.
“Precisamos ajudar os Socorrões de São
Luís e trabalhar de forma integrada, independente das correntes políticas”,
afirmou. “Precisamos investir e ampliar a regionalização, para evitar que os
doentes venham para São Luís ou para Teresina”, garantiu.
"NÚMEROS QUE ENVERGONHAM"
O secretário de Saúde citou alguns
números que “envergonham” o Estado. Disse, por exemplo, que a mortalidade
infantil do Maranhão é a maior do país. São 26 mortes por mil nascimentos, por
conta da falta de atendimento no pré-Natal.
Em São Luís, o índice é melhor: 18
mortes para cada mil nascimentos, em Santa Cataria são dez para mil nascimentos
e em Cuba, quatro mortes para mil. “Precisamos chegar pelo menos ao índice de
São Luís”, afirmou.
Outro índice que o Governo Flávio Dino
quer mudar, de acordo com o secretário, diz respeito à morte de mulheres
durante o parto. Marcos Pacheco contou que no ano passado 107 mulheres morreram
por conta de complicações durante o parto. “A gravidez virou risco de morte”,
alertou.
A deputada Andréa Murad fez 23 perguntas
ao secretário de Saúde, principalmente em relação à suposta superlotação das
UPAS e à falta de material hospitalar.
Marcos Pacheco garantiu que não existe qualquer risco de haver greve no setor,
porque os salários dos servidores das OCIPS estão em dia; disse desconhecer a
falta de lençóis nas UPAS, mas que vai investigar; e afirmou que a superlotação
das UPAS decorre de virose sazonal existente na cidade e porque o Governo do
Estado liberou o atendimento para todos os tipos de doentes.
Os deputados destacaram o desempenho do
secretário de Saúde durante a audiência por haver respondido a todas as
perguntas e por ter se comprometido em melhorar a qualidade da saúde
maranhense.
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