quinta-feira, 19 de março de 2015

Propinas da Petrobras podem ter derrotado a oposição em 2010

JM Cunha Santos


A julgar pela idade do propinoduto da Petrobrás, pelos anos que Edison Lobão passou à frente do Ministério das Minas e Energias e pela revoltante vitória do grupo Sarney nas eleições de 2010, é bem provável que propinas pagas no maior escândalo de corrupção do país tenham abastecido a campanha eleitoral daquele ano no Maranhão.
Naquela eleição, Roseana Sarney recebeu 50,8 % dos votos, Flávio Dino, 29,49 % e Jackson Lago 19,54 %. A derrota para o Senado foi triste. Lobão obteve 37, 74 % dos votos, João Alberto 29,74 %, ocupando o grupo Sarney as duas vagas no Senado. O mais votado da oposição, José Reinaldo Tavares, recebeu apenas 13,99 % dos votos.
Só que, segundo os delatores da Lava Jato, é dessa época o pedido de Lobão para que uma empresa contratada pela Petrobrás injetasse R$ 2 milhões na campanha de Roseana que, no contato, apenas perguntava se estava tudo acertado. Conforme os mesmos delatores, Lobão teria recebido, ele mesmo, R$ 10 milhões.
Se esse dinheiro caiu na campanha, está explicada a acachapante derrota da oposição que perdeu para governador, perdeu duas cadeiras no Senado e elegeu um mínimo de deputados federais e estaduais.
Sem contar que outras propinas, das quais não temos conhecimento, podem ter influído para mudar o resultado das eleições e garantir a vitória de Roseana Sarney, por apenas 8 décimos, ainda no primeiro turno. Não esquecendo que a eleição de 2010 foi permeada de denúncias de abuso de poder econômico no Maranhão, inclusive pagamento de contas de água e luz de bairros e cidades inteiras.

Se alguém é capaz de duvidar disso, basta lembrar o que o governo Roseana, segundo representação dos oposicionistas na Justiça, tentou fazer nas eleições de 2014. Criou um Fundo (Fundema) para transferir recursos do BNDES a prefeitos e, assim, comprar uma eleição que já estava perdida.

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