JM
Cunha Santos
A
julgar pela idade do propinoduto da Petrobrás, pelos anos que Edison Lobão
passou à frente do Ministério das Minas e Energias e pela revoltante vitória do
grupo Sarney nas eleições de 2010, é bem provável que propinas pagas no maior
escândalo de corrupção do país tenham abastecido a campanha eleitoral daquele
ano no Maranhão.
Naquela
eleição, Roseana Sarney recebeu 50,8 % dos votos, Flávio Dino, 29,49 % e
Jackson Lago 19,54 %. A derrota para o Senado foi triste. Lobão obteve 37, 74 %
dos votos, João Alberto 29,74 %, ocupando o grupo Sarney as duas vagas no
Senado. O mais votado da oposição, José Reinaldo Tavares, recebeu apenas 13,99
% dos votos.
Só
que, segundo os delatores da Lava Jato, é dessa época o pedido de Lobão para
que uma empresa contratada pela Petrobrás injetasse R$ 2 milhões na campanha de
Roseana que, no contato, apenas perguntava se estava tudo acertado. Conforme os
mesmos delatores, Lobão teria recebido, ele mesmo, R$ 10 milhões.
Se
esse dinheiro caiu na campanha, está explicada a acachapante derrota da
oposição que perdeu para governador, perdeu duas cadeiras no Senado e elegeu um
mínimo de deputados federais e estaduais.
Sem
contar que outras propinas, das quais não temos conhecimento, podem ter influído
para mudar o resultado das eleições e garantir a vitória de Roseana Sarney, por
apenas 8 décimos, ainda no primeiro turno. Não esquecendo que a eleição de 2010
foi permeada de denúncias de abuso de poder econômico no Maranhão, inclusive
pagamento de contas de água e luz de bairros e cidades inteiras.
Se
alguém é capaz de duvidar disso, basta lembrar o que o governo Roseana, segundo
representação dos oposicionistas na Justiça, tentou fazer nas eleições de 2014.
Criou um Fundo (Fundema) para transferir recursos do BNDES a prefeitos e,
assim, comprar uma eleição que já estava perdida.
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