Editorial
JP,03 de março
Aos
poucos, desfaz-se a propaganda utilizada em larga escala pelo governo Roseana
Sarney. A propaganda que garantia duzentos mil empregos, a que prometia uma
refinaria de 20 bilhões de dólares, a que anunciava uma revolução na educação,
a que inventava a construção de 1.000 quilômetros de rodovias que serviriam à
redenção econômica do Estado.
E
tudo vai por terra diante de fatos concretos, indesmentíveis, que a mente dos
maranhenses fotografa para que quedemos abismados diante do poder do engodo e
da empulhação. O anúncio de duzentos mil empregos se desfaz diante da realidade
constatada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que
coloca o Maranhão como estado de menor renda per capta em todo o país, míseros
R$ 461, bem distante da renda média do restante dos brasileiros.
A
Refinaria Premium engoliu mais de um bilhão e meio de reais para ser um
formidável conto do vigário, que esfumaçou sonhos e economias de muitos
maranhenses e liquidou todas as faturas até ganhar destaque nacional como um
tremendo estelionato, urdido nas sombras e que serviu para eleger a governadora
que nunca se cansou de não governar.
O
golpe perfeito, carregado nas tintas e nas telas, que se transformaria num
fiasco imperdoável para o povo do Maranhão. A refinaria de 20 bilhões de
dólares está virando lixão e o dinheiro que afirmam ter investido nela ninguém
sabe onde foi parar.
A
revolução na educação foi feita com escolas que acabaram sendo interditadas por
falta de tudo, ate de banheiros, em prédios comparáveis a esqueletos do pós-
guerra e a ponto de desabar nas cabeças de estudantes e professores. Sem contar
as escolas de palha, de pau a pique ou funcionando em galpões perigosos.
Faltava
que encarássemos a realidade dos 1.000 quilômetros de rodovias que coloriram a
propaganda oficial e fizeram a festa da arrecadação publicitária do Sistema Mirante
de Comunicação. Obras feitas às pressas, asfalto doce que se dilui com as
primeiras chuvas que caem no Maranhão. Obras eleitoreiras destinadas a criar
uma imagem desenvolvimentista num estado que arca com os piores indicadores
sócio-econômicos do país.
Obras
como a Via Expressa de São Luís, que descasca a olhos vistos e se destampa para
desgosto e decepção de quem acreditou ela iia contribuir para desafogar o
trânsito da capital.
Enquanto
isso, o majestoso monopólio de comunicação do senador José Sarney,
principalmente sua Vênus Platinada afiliada da Rede Globo, a TV Mirante, com
suas sucursais e a internet, se encarregava de culpar o prefeito Edivaldo por
tudo que acontecia e não acontecia na cidade. Um exemplo insofismável do poder
ilusório das tecnologias modernas, diante de um povo envolvido por audiências
majestosas em geral pagas com seu próprio suor.
Descaradamente,
o orçamento anual do Estado destinava mais recursos para “comunicação” que para
agricultura familiar. E o povo continua aí, à espera dos 200 mil empregos, das
escolas modernas, da Refinaria, das rodovias eternas e de tantos outros
sinônimos de enrolação governamental.
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