"Meus queridos brasileiros, e, muito
especialmente, minhas queridas brasileiras.
Hoje é o Dia Internacional
da Mulher.
Falar com vocês
mulheres - minhas amigas e minhas iguais- é falar com o coração e a alma
da nossa grande nação.
Ninguém melhor do
que uma mãe, uma dona de casa, uma trabalhadora, uma empresária é capaz de
sentir, em profundidade, o momento que um país vive.
Mas todos sabemos
que há um longo caminho entre sentir e entender plenamente.
É preciso, sempre,
compartilharmos nossa visão dos fatos.
Os noticiários são
úteis, mas nem sempre são suficientes.
Muitas vezes até
nos confundem mais do que nos esclarecem.
As conversas em
casa, e no trabalho, também precisam ser completadas por dados que nem sempre
estão ao alcance de todas e de todos.
Por isso, eu peço
que você -e sua família- me ouçam com atenção.
Tenho informações
e reflexões importantes que se compartilhadas vão ajudá-los a entender melhor o
momento que passamos.
E a renovar a fé e
a esperança no Brasil!
É uma boa hora
para que eu tenha uma conversa, mais calma e mais íntima, com cada família
brasileira - e faça isso com a alma de uma mulher que ama seu povo, ama seu
país e ama sua família.
Vamos começar pelo
mais importante: o Brasil passa por um momento diferente do que vivemos nos
últimos anos.
Mas nem de longe
está vivendo uma crise nas dimensões que dizem alguns.
Passamos por
problemas conjunturais, mas nossos fundamentos continuam sólidos.
Muito diferente
daquelas crises do passado que quebravam e paralisavam o país.
Nosso povo está
protegido naquilo que é mais importante: sua capacidade de produzir, ganhar sua
renda e de proteger sua família.
As dificuldades
que existem - e as medidas que estamos tomando para superá-las - não irão
comprometer as suas conquistas.
Tampouco irão
fazer o Brasil parar ou comprometer nosso futuro.
A questão central é a seguinte: estamos na segunda etapa do combate à mais grave crise internacional desde a grande depressão de 1929.
A questão central é a seguinte: estamos na segunda etapa do combate à mais grave crise internacional desde a grande depressão de 1929.
E, nesta segunda
etapa, estamos tendo que usar armas diferentes e mais duras daquelas que usamos
no primeiro momento.
Como o mundo
mudou, o Brasil mudou e as circunstâncias mudaram, tivemos, também, de mudar a
forma de enfrentar os problemas.
As circunstâncias
mudaram porque além de certos problemas terem se agravado - no Brasil e em
grande parte do mundo -, há ainda a coincidência de estarmos enfrentando a
maior seca da nossa história, no Sudeste e no Nordeste.
Entre muitos
efeitos graves, esta seca tem trazido aumentos temporários no custo da energia
e de alguns alimentos.
Tudo isso, eu sei,
traz reflexos na sua vida.
Você tem todo
direito de se irritar e de se preocupar.
Mas lhe peço
paciência e compreensão porque esta situação é passageira.
O Brasil tem todas as condições de vencer estes problemas temporários - e esta vitória será ainda mais rápida se todos nós nos unirmos neste enfrentamento.
O Brasil tem todas as condições de vencer estes problemas temporários - e esta vitória será ainda mais rápida se todos nós nos unirmos neste enfrentamento.
Peço a vocês que
nos unamos e que confiem na condução deste processo pelo governo, pelo
Congresso, e por todas as forças vivas do nosso país - e uma delas é você!
Queremos e sabemos
como fazer isso, distribuindo os esforços de maneira justa e suportável para
todos.
Como sempre,
protegendo de forma especial as classes trabalhadoras, as classes médias e os
setores mais vulneráveis.
Temos compromissos
profundos com o futuro do país e vamos continuar cumprindo, de forma
inabalável, estes compromissos.
Minhas amigas e
meus amigos,
A crise afetou
severamente grandes economias, como os Estados Unidos, a União Européia e o
Japão.
Até mesmo a China,
a economia mais dinâmica do planeta, reduziu seu crescimento à metade de suas
médias históricas recentes.
Alguns países
estão conseguindo se recuperar mais cedo.
O Brasil, que foi
um dos países que melhor reagiu em um primeiro momento, está agora implantando
as bases para enfrentar a crise e dar um novo salto no seu desenvolvimento.
Nos seis primeiros
anos da crise, crescemos 19,9%, enquanto a economia dos países da zona do Euro,
caiu 1,7%.
Pela primeira vez
na história, o Brasil ao enfrentar uma crise econômica internacional não sofreu
uma quebra financeira e cambial.
O mais importante:
enquanto nos outros países havia demissões em massa, nós aqui preservamos e
aumentamos o emprego e o salário.
Se conseguimos
essas vitórias antes, temos tudo para conseguir novas vitórias outra vez.
Inclusive, porque
decidimos, corajosamente, mudar de método e buscar soluções mais adequadas ao
atual momento.
Mesmo que isso
signifique alguns sacrifícios temporários para todos e críticas injustas e
desmesuradas ao governo.
Na tentativa
correta de defender a população, o governo absorveu, até o ano passado, todos
os efeitos negativos da crise. Ou seja: usou o seu orçamento para proteger
integralmente o crescimento, o emprego e a renda das pessoas.
Realizamos
elevadas reduções de impostos para estimular a economia e garantir empregos.
Ampliamos os
investimentos públicos para dinamizar setores econômicos estratégicos.
Mas não havia como
prever que a crise internacional duraria tanto. E, ainda por cima, seria
acompanhada de uma grave crise climática.
Absorvemos a carga
negativa até onde podíamos e agora temos que dividir parte deste esforço com
todos os setores da sociedade.
É por isso que
estamos fazendo correções e ajustes na economia.
Não é a primeira
vez que o Brasil passa por isso.
Em 2003, no início
do governo Lula, tivemos que tomar medidas corretivas.
Depois tudo se
normalizou e o Brasil cresceu como poucas vezes na história.
São medidas para
sanear as nossas contas e, assim, dar continuidade ao processo de crescimento
com distribuição de renda, de modo mais seguro, mais rápido e mais sustentável.
Você que é dona de
casa ou pai de família sabe disso.
As vezes temos de
controlar mais os gastos para evitar que o nosso orçamento saia do controle.
Para garantir
melhor nosso futuro.
Isso faz parte do
dia a dia das famílias e das empresas. E de países também.
Mas estamos
fazendo de forma realista e da maneira mais justa, transparente e equilibrada
possível.
As medidas estão
sendo aplicadas de forma que as pessoas, as empresas e a economia as suportem.
Como é preciso ter
equidade, cada um tem que fazer a sua parte. Mas de acordo com as suas
condições.
Foi por isso, que
começamos cortando os gastos do governo, sem afetar fortemente os investimentos
prioritários e os programas sociais.
Revisamos certas
distorções em alguns benefícios, preservando os direitos sagrados dos
trabalhadores.
E estamos
implantando medidas que reduzem, parcialmente, os subsídios no crédito e também
as desonerações nos impostos, dentro de limites suportáveis pelo setor
produtivo.
Estamos fazendo
tudo com equilíbrio, de forma que tenhamos o máximo possível de correção com o
mínimo possível de sacrifício.
Este processo vai
durar o tempo que for necessário para reequilibrar a nossa economia.
Como temos
fundamentos sólidos e as dificuldades são conjunturais, esperamos uma primeira
reação já no final do segundo semestre deste ano.
Mais importante,
no entanto, do que a duração destas medidas será a longa duração dos seus
resultados e dos seus benefícios.
Que devem ser
perenes no combate à inflação e na garantia do emprego.
Que devem ser
permanentes na melhoria da saúde, da educação e da segurança pública.
As medidas serão
suportáveis porque além de sermos um governo que se preocupa com a população,
temos hoje um povo mais forte do que nunca.
O Brasil tem hoje
mais qualificação profissional, mais infraestrutura, mais oportunidades de
estudar e mais empreendedores.
Somos a 7ª
economia do mundo.
Temos US$ 371
bilhões de reservas internacionais.
36 milhões de
pessoas saíram da miséria e 44 milhões foram para a classe media.
Quase 10 milhões
de brasileiras e brasileiros são hoje micro e pequenos empreendedores.
E continuamos com
os melhores níveis de emprego e salário da nossa história.
Minhas amigas e
meus amigos,
O que tenho de
mais importante a garantir, hoje, vou resumir agora.
Primeiro: o esforço
fiscal não é um fim em si mesmo. É apenas a travessia para um tempo melhor, que
vai chegar rápido e de forma ainda mais duradoura.
Segundo: não vamos
trair nossos compromissos com os trabalhadores e com a classe média, nem deixar
que desapareçam suas conquistas e seus direitos.
Terceiro: não
estamos tomando estas medidas para voltarmos a ser iguais ao que já fomos. Mas,
sim, para sermos muito melhores.
Quarto: durante o
tempo que elas durarem, o país não vai parar. Ao contrário, vamos continuar
trabalhando, produzindo, investindo e melhorando.
As coisas vão
continuar acontecendo.
Junto com as novas
medidas estamos mantendo e melhorando os nossos programas. Entregando grandes
obras.
Nossas rodovias e
ferrovias, nossos portos e aeroportos continuarão sendo melhorados e ampliados.
Para isso, vamos
fazer, ainda este ano, novas concessões e firmar novas parcerias com o setor
privado.
Incluímos - e
vamos continuar incluindo - milhões e milhões de brasileiros.
Mas agora a
inclusão tem que se dar, sobretudo, pelo acesso a melhores oportunidades e a
serviços públicos de maior qualidade.
Este esforço tem
que ser visto como mais um tijolo, no grande processo de construção do novo
Brasil.
Esta construção
não é só física, mas também espiritual.
De fortalecimento
moral e ético.
Com coragem e até
sofrimento, o Brasil tem aprendido a praticar a justiça social em favor dos
mais pobres, como também aplicar duramente a mão da justiça contra os
corruptos.
É isso, por
exemplo, que vem acontecendo na apuração ampla, livre e rigorosa nos episódios
lamentáveis contra a Petrobras.
Minhas amigas
mulheres homenageadas neste dia:
por último, quero
anunciar um novo passo no fortalecimento da justiça, em favor de nós, mulheres
brasileiras.
Vou sancionar,
amanhã, a Lei do Feminicídio que transforma em crime hediondo, o assassinato de
mulheres decorrente de violência doméstica ou de discriminação de gênero.
Com isso, este
odioso crime terá penas bem mais duras.
Esta medida faz
parte da política de tolerância zero em relação à violência contra a mulher
brasileira.
Brasileiros e
brasileiras,
é assim, com
medidas concretas e corajosas, em todas as áreas, que vamos, juntos, melhorar o
Brasil.
É uma tarefa
conjunta de toda sociedade, mulheres e homens.
Tenho certeza que
contará com a participação decisiva do Congresso Nacional, que sempre cumpriu
com seu papel histórico nos momentos em que o Brasil precisou.
Temos que encarar
as dificuldades em sua real dimensão e encontrar o melhor caminho de
resolvê-las.
Pois, se toda vez
que enfrentarmos uma dificuldade pensarmos que o mundo está acabando - ou que
precisamos começar tudo do zero - só faremos aumentar nossos problemas.
Precisamos
transformar dificuldades em soluções.
Problemas
temporários em avanços permanentes.
O Brasil é maior
do que tudo isso e já mostrou muitas vezes ao mundo como fazer melhor e
diferente.
Mais que nunca é
hora de acreditar em nosso futuro.
De sonhar. De ter
fé e esperança.
Viva a mulher
brasileira!
Viva o povo
brasileiro.
Viva o brasil!
Obrigada e boa
noite".
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