Editorial JP,11 de abril
Os ventos mudaram de direção com a
ascensão de um novo governo, de mentalidade socialista e disposto a sedimentar
no Maranhão uma era de justiça social. O olhar do governo não está mais
exclusivamente, como ocorreu durante quase meio século de domínio sarnesista,
sobre as mansões de platina da orla marítima, sobre o oportunismo das obras
superfaturadas, sobre os lucros dos grandes empresários, amigos do peito,
parceiros de orgia financeira, financiadores de propinas completamente
desinteressados pelo desenvolvimento do Maranhão.
O governo olha para os pobres e
provoca urticária nos “amigos do peito”, aqueles de mãos grandes
desaparafusando os cofres públicos. E a coceira sangrou num editorial sumamente
preconceituoso da edição de ontem do jornal “O Estado do Maranhão”, no qual
tratam o povo pobre de massa de manobra ou de estúpidos, visualizando neles uma
gente mais fácil de ser convencida e manipulada. Se fossem estúpidos, teriam
eleito Edinho Lobão e não Flávio Dino.
O colunista do EMA, Pergentino
Holanda, espirrou de preconceito porque lhe era inadmissível um governador
sentado ao lado do motorista e não liturgicamente acomodado no banco de trás do
carro. Sem surpresas, a editoria do jornal O Estado quer um governador que,
como Roseana, não fale com os pobres, não se refira a eles, não diga o que
precisam ouvir nem o que querem saber. Querem um governador que se envergonhe
de desfilar nas ruas ao lado de lavradores, motoristas, profissionais liberais,
mas não se envergonhe de andar de braços dados com os paulos e roussefs da
vida.
Só que não vai dá. Este é um governo
de raiz socialista-cristã, modelo político e religião que abominam qualquer
possibilidade de enriquecer com a fome alheia. Roseana fez, o quanto pode, o
Mais IDH dos ricos, Flávio Dino se dedica, com raro desassombro, ao Mais IDH
dos pobres. E só a opção pelos pobres pode conter o ritmo desatinado de
empobrecimento que o modelo sarneisista implantou no Maranhão.
O equivocado editorial considera
simbólicas as ações do governo Flávio Dino. Como se fosse simbólico acabar com
a corrupção no Detran, com favorecimentos escusos no sistema penitenciário, com
a agiotagem, com o desmantelamento do sistema educacional do Estado e dar
início a ações emergentes em favor das vítimas da pobreza absoluta, quase a metade
da população do Estado, compungida a comer as sobras de um desvario
administrativo que durou tempo demais. Isso não é simbólico; é histórico para
um povo até ontem fora do alcance da administração. Simbólica mesmo era aquela
farra sucessiva de lagostas e champanhe num estado em que a grande maioria da
população padecia de desnutrição funcional.
Mas que assim seja. Roseana fez a
opção pelos ricos, Flávio Dino está fazendo a opção pelos pobres. Isso
significa mais policiais nas ruas, seletivos e concursos públicos, professores
pagos mais dignamente, investimentos em agricultura familiar e não em
comunicação familiar. Significa Mais IDH, erradicação das escolas de taipa,
benefícios adicionais ao Bolsa Família, criação de uma Secretaria da
Agricultura Familiar, redução em todos os níveis das desigualdades sociais.
Enfim, mais desenvolvimento humano e o fim do enriquecimento ilícito no
Maranhão.
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