quarta-feira, 1 de abril de 2015

Os defuntos agiotas

JM Cunha Santos


A confusão tá feia no inferno. É que empresários defuntos que faziam parte da gang de agiotas presa na Operação Imperador, da Polícia Civil do Estado, estão exigindo sua parte no esquema de agiotagem que levou para a cadeia a ex-prefeita de Dom Pedro, Arlene Barros e família. Quando souberam da apreensão de 20 carros importados no município de Codó, os defuntos estrilaram: “Vocês são muito vivos, muito vivos, nós nem vimos a cor desse dinheiro”.
Como não vão sair do inferno tão cedo, pois fizeram parte de um esquema que roubou a merenda de crianças famintas e equipamentos hospitalares, pecados que nem Deus consegue perdoar, os defuntos estão prometendo vingança assim que o resto da quadrilha chegar na casa de Belzebu.
E, sabendo que a quadrilha não foi presa antes em troca de apoio eleitoral ao grupo Sarney, um desses defuntos protestou: “Sou eleitor de Sarney desde quando estava vivo e continuei sendo depois de morto, pois votei nos candidatos dele em 2010 e em 2014, merecia uma parte desses R$ 5 milhões”.
Mas não vamos nos meter em briga de presidiários com defuntos, que isso pode ser muito perigoso. Só estamos impressionados que existam pessoas públicas capazes de roubar o dinheiro da merenda escolar de crianças - e crianças invariavelmente desnutridas, pessoas capazes de enriquecer desmontando hospitais, deixando gente doente sem a devida assistência hospitalar. Para esses só existem, de fato, dois caminhos: o inferno e a cadeia.
Pior para eles, pois o secretário Jefferson Portela anunciou para abril a criação, na estrutura da Secretaria de Segurança Pública, da Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção. Depois disso, o que tem de defunto querendo fugir da cova e de vivaldino querendo fugir do Maranhão é uma fábula.
De resto, parabéns à Polícia Civil do Maranhão, solicitando apenas que assim que forem presos os primeiros defuntos, concedam eles uma entrevista exclusiva a este Blog sobre as diferentes realidades da vida no inferno e da vida na prisão.

Que no es lo mismo, pero es igual.

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