Editorial
JP, 12 de maio
Nada
mais assombra tanto a juventude quanto o fantasma do desemprego. E esse é um
fantasmas que surge dos mais diversos sótãos, sendo o principal deles a falta
de educação e, em seguida, a ausência de formação profissional. Sem contar os
desacertos da economia global que incidem de forma brutal sobre os países
subdesenvolvidos e, no caso do Brasil, principalmente do Nordeste. Além da velha mania dos governos de maquiarem,
através da manipulação de indicadores, os números e a situação econômica real
do país.
O
Maranhão é um dos desses estados sem profissionais de nível médio, exatamente
pela falta de escolas profissionalizantes, num mercado hoje dominado pelas mais
modernas tecnologias. Dessa forma, a presença de empresas e empreendimentos de
grande porte no Maranhão não resolve o problema do desemprego, porque nossos
jovens não estão preparados para mover as engrenagens tecnológicas. Mesmo para
que se modifique alguma coisa na educação básica será necessário um grande
esforço e determinação do governo, pois a educação, em nenhum de seus itens,
jamais foi prioridade dos que até pouco tempo detiveram o poder.
Daí
que a notícia da criação de Centros de Vocação Tecnológica no Estado, com 23
escolas de ensino médio em tempo integral, com formação profissional nos
padrões da antiga escola técnica federal, conforme anunciaram o governador
Flávio Dino e o secretário de Ciência e Tecnologia, Bira do Pindaré, ´tende a
ser a melhor notícia para a juventude do Estado. E não apenas pelo que isso
possa representar em absorção de mão de obra local por empresas maranhenses,
mas porque acrescenta competitividade ao trabalhador do Maranhão em qualquer
mercado de trabalho.
Nunca
é demais lembrar quando, diante de recorrentes pedidos de emprego de um jovem,
alguém pergunta: “O que você sabe fazer”? “Nada”. A resposta é consequência
dessa visão minimalista de que profissionais são apenas aqueles que cursaram
faculdades e alcançaram alguma pós-graduação. Nesse mundo de superpopulações,
são os profissionais de nível médio que movem as engrenagens da sociedade e a
educação não tem porque destoar dessa realidade.
Os
Institutos Educacionais do Maranhão vão se acrescentar aos institutos federais,
ainda instalados apenas nas grandes cidades. Os Iemas vão em busca das cidades
que constam do Plano Mais IDH e essa é uma decisão que encosta no futuro.
“Não
há investimento mais importante em nosso governo que a educação. Isso não é
mera retórica. É fato”, disse o governador Flávio Dino. E se esses
investimentos, pela primeira vez na história do Estado, incidem também sobre a
educação profissionalizante, é o melhor que podia acontecer. Trata-se, como
frisou o secretário Bira do Pindaré, de entender a tecnologia como fator
indispensável ao desenvolvimento. Sem essa formação na base tecnológica e
profissional, para usar aqui suas palavras, a perspectiva de uma vida mais
digna para a juventude continuará zero e os fantasmas do desemprego e da
alienação sairão do sótão para assombrar, bem mais de perto, as salas e
varandas da juventude maranhense.
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