Por Andreza Matais - Estadão
A ex-governadora do Maranhão Roseana
Sarney (PMDB) prestou depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, nesta
terça-feira, 19. As declarações duraram cerca de 1h50. No início de março, o
Supremo Tribunal Federal abriu inquérito para investigar a ex-governadora, após
ela ser citada em delação premiada na Operação Lava Jato.
O ex-diretor de Abastecimento da
Petrobrás Paulo Roberto Costa afirmou em sua colaboração que ‘reuniu-se
pessoalmente com Roseana em 2010 para tratar de propina’.
As revelações de Costa e do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Lava
Jato, motivaram a abertura de inquéritos para investigar deputados, senadores,
governadores e ex-governadores por ordem do STF.
Segundo o delator, o senador
Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, foi quem solicitou R$ 2
milhões, destinados à campanha de Roseana ao governo do Estado em 2010. O
valor, afirma Costa, foi pago em espécie via Youssef. Lobão também é investigado
pelo STF.
O dinheiro, diz o delator,
teria saído de contratos da Petrobrás. O ex-diretor não indicou de maneira
específica o contrato do qual saíram os valores. Segundo ele, existia uma
espécie de caixa de propina, administrada por Youssef, de onde o dinheiro
supostamente entregue à ex-governadora teria sido retirado.
A Lava Jato investiga um
esquema de corrupção instalado na Petrobrás e desbaratado pela força-tarefa da
Lava Jato. Ex-parlamentares também são alvos da grande investigação decretada
pelo ministro Teori Zavascki, que acolheu representação do procurador-geral da
República, Rodrigo Janot.
Roseana estava morando em
Miami com a família. Ela se mudou para a cidade, para fazer um curso de inglês.
A ex-governadora voltou ao Brasil para prestar os esclarecimentos.
Ela nega a acusação.
A reportagem tentou contato com o advogado de Roseana, mas não conseguiu falar.
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