Do Estadão
O doleiro Alberto Youssef disse,
nesta segunda-feira, 11, em oitiva da CPI da Petrobrás em Curitiba, acreditar
que, mesmo após sua prisão, o secretário da Casa Civil da então governadora do
Maranhão Roseana Sarney (PMDB), João Abreu, recebeu a remessa de R$ 1,4 milhão
que ele levava a São Luís. “Até onde eu tenho conhecimento, chegou”, respondeu
aos deputados.
Alberto Youssef, considerado um dos
líderes do esquema bilionário de corrupção na Petrobrás, foi preso em março do
ano passado na capital maranhense, em meio às investigações da Operação Lava
Jato da Polícia Federal, por desvios envolvendo contratos da estatal. Segundo o
doleiro relatou à época, ele tinha feito a entrega do dinheiro momentos antes
da prisão.
Youssef disse que não conheceu
Roseana pessoalmente. Em delação em março deste ano, o ex-diretor da Petrobras
Paulo Roberto Costa disse ter se reunido pessoalmente com Roseana para tratar
de propina. Segundo o ex-diretor, o senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro
de Minas e Energia, foi quem solicitou R$ 2 milhões, destinados à campanha de
Roseana ao governo do Estado em 2010. O valor, afirmou Costa à época, foi pago
em espécie via Youssef. A defesa da ex-governadora nega o envolvimento dela com
o esquema.
Integrantes da CPI da Petrobrás estão
em Curitiba para realizar oitivas com 13 presos da Lava Jato. Estão previstos
para esta segunda sete depoimentos. O empresário Mário Góes ficou em silêncio.
Neste momento, o ex-diretor da área Internacional Nestor Cerveró é questionado
pelos parlamentares, mas também se valeu do direito de permanecer
calado. É aguardada a presença do empresário Fernando Soares, o Fernando
Baiano. Nesta terça, serão ouvidos os ex-deputados André Vargas e Luiz Argolo,
e outros quatro presos.
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