Editorial
JP, 2 de junho
Entrevista
concedida pelo secretário de Segurança Pública, Jefferson Portella, traz
revelações bombásticas, incendiárias, sobre o terrível processo de cavernização
a que o ex-governo Roseana Sarney submeteu o Sistema Estadual de Segurança.
Para além de um risco calculado à população maranhense, a irresponsabilidade ultrapassou os limites da sanidade, amontoando desonestidade, acefalia
administrativa, débitos impagáveis e corrupção. Por isso, a insegurança chegou
ao ponto que chegou; por isso o crime venceu.
Um
empréstimo de R$ 300 milhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social –
BNDES, para a segurança pública, não foi investido em obras, não foi investido
em lugar nenhum. Deixaram a polícia trabalhando em prédios caindo aos pedações,
contrataram por R$ 300 mil a construção de um prédio para o IML em cima das
pistas de acesso à Universidade Federal do Maranhão. E, se for possível
acreditar, obras de construção de quartéis da PM foram prorrogadas 35 vezes. É
o que disse o secretário, é o que estamos reafirmando: 35 vezes.
Mas
o ato mais grave de irresponsabilidade com a coisa pública, algo digno do
lendário Id Amin Dada, que conversava com jacarés e telefonava para hipopótamos,
ainda estaria por vir. Fardaram, armaram e colocaram nas ruas de São Luís
homens que não eram policiais e demitiram meses depois, não sem que antes
participassem de uma solenidade com as presenças de algumas das principais autoridades
do Estado. Isso nem tem nome e o secretário está correto em sua decisão de
auditar a segurança pública, de recorrer à Secretaria da Transparência e
Controle, pois estas pessoas simplesmente brincaram com as vidas dos moradores
de São Luís. Alguém tem que pagar por tão abominável crime.
A
manchete do jornal O Estado do Maranhão, “60 homicídios”, não vai fazer o povo
esquecer que em 2014 esses números eram bem maiores na Grande São Luís. Não vai
fazer esquecer os ônibus queimando e a cidade vazia e que o crime parecia ter ascensão
sobre o sistema de segurança pública. E isso era fruto da irresponsabilidade de
uma polícia sem combustível, sem armas, em greve, ganhando salários miseráveis,
enquanto a Secretaria de Segurança se transformava em comitê
político-eleitoral.
Essa
campanha sarneisista contra a polícia tinha que acontecer. Gente que eles amam
muito e que ajudaram a construir um modelo político sustentado na devassidão
está indo parar na cadeia. Como disse o governador Flávio Dino “a mídia
oligárquica está em campanha contra a Polícia por causa das prisões de
corruptos, agiotas e quadrilheiros ricos”.
E
eis o resumo da ópera, a cantata definitiva que põe termo a essa orquestração
infame contra a polícia: A polícia está botando pra correr a bandidagem
endinheirada desse Estado, está prendendo traficantes, agiotas, quadrilheiros
ricos e corruptos e todo mundo que até 2014 mamava como bichos nos cofres
públicos do Maranhão.
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