quinta-feira, 4 de junho de 2015

Instinto social e o fardo da corrupção

Editorial JP, 4 de junho

Um editorial neste matutino, ainda nos primeiros dias do governo Flávio Dino, sob título “30 dias - Instinto Social”, chamava a atenção para as medidas governamentais que davam início à administração e de como incidiam sobre velhas aspirações e sofrimentos da população e das comunidades mais carentes. Ali dizíamos que se revelava instintiva a opção do governo e do novo governador pela promoção da igualdade social, transparência e honestidade nos negócios públicos.
A alavanca desse motor desconhecido nas engrenagens da administração pública do Maranhão foi o Plano Mais IDH, o monumental desafio de reduzir os bárbaros índices sociais do estado mais pobre da Federação. Um plano que trouxe em seu bojo o fim da discriminação político-administrativa com que o governo Roseana Sarney privilegiava apenas seus correligionários eleitorais, afinal um ato de crueldade contra essas populações empobrecidas. Um programa destinado a por fim às escolas de taipa, às escolas de palha, à tristeza irrecorrível nos galpões da miséria para onde transferiram a educação. A esse, outros programas, como o “Água para todos”, se acrescentaram.
Acima da pobreza, todavia, outro mal corroía a dignidade e a vida do povo maranhense e lhe aumentava superlativamente o sofrimento: A corrupção. Uma mentalidade política concentrada no arresto de recursos públicos espalhava-se pelo estado inteiro, patrocinando a fome, o desemprego, a falta de infraestrutura, a marginalização social. Foi criada, então, a Secretaria de Transparência e Controle que, paulatinamente, secretaria por secretaria, autarquia por autarquia, está descobrindo quem e para onde desviavam o dinheiro do povo do Maranhão.  E alguns destes. (caso Univima) inclusive agiotas e prefeitos, já foram parar na cadeia.  A inacreditável realidade destas prisões, nesse Estado, pode significar o fim do fardo da corrupção no Maranhão. O governo também acabou com terceirizações que nada mais eram que uma fonte de renda inesgotável para amigos do poder.
A agricultura familiar, a essas alturas completamente desarticulada, ganhou novo fôlego em apenas trinta dias. Um seletivo colocou mil novos professores nas salas de aula e está incorporando centenas de policiais às reduzidas tropas da PMMA.
Para o Maranhão enterrado na pobreza, mais que quaisquer obras faraônicas ou engodos mastodônticos do tamanho da Refinaria Premium, são as obras sociais o que o importam, é o investimento em programas que garantam emprego e renda E o governo garantiu, através do programa Mais Empresas, incentivos fiscais que tornam o Estado mais atrativo aos investimentos. Como a redução dos impostos sobre combustíveis para a aviação, visando estimular o turismo e a redução de impostos sobre o óleo Diesel que está detendo o aumento nos preços das passagens de transportes coletivos.

Acrescente-se a isso a valorização dos servidores públicos com um reajuste de 13,5 % para os professores e 19,5 % para os policiais (cabos e soldados)  e verificaremos que, quase seis meses depois, esse instinto social ainda se mantém.

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