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Polícia Federal identificou o pagamento de R$ 3 milhões ao Instituto Lula e
outros R$ 1,5 milhão a LILS Palestras Eventos e Publicidade, empresa do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, pela construtora Camargo Corrêa. É a primeira vez
que as investigações encontram um elo entre uma das empresas investigadas por
corrupção na Petrobras com o ex-presidente. Os pagamentos estão identificados
no balanço interno da empreiteira como "Contribuições e Doações" e
"Bônus Eleitorais".
Os pagamentos foram
anexados ao inquérito que apura a participação da empresa e de seus executivos
no esquema de corrupção. De acordo como o laudo, entre 2011 e 2013, a Camargo Corrêa
pagou três parcelas de R$ 1 milhão cada ao Instituto Lula. O documento não
explica os motivos do pagamento. Em 2012, o pagamento foi registrado com a
rubrica de “Bônus Eleitorais”.
No mesmo período, a
construtora informou à Receita Federal que pagou R$ 1,5 milhão a LILS
Palestras, Eventos e Publicidade. A empresa foi criada pelo ex-presidente após
a sua saída do Planalto e era responsável pelo contratos de palestras e eventos
feitos por Lula no Brasil e no exterior.
A Polícia Federal analisou as movimentações
de “cunho político” da Camargo Corrêa entre 2008 e 2013. O documento relata
ainda todas as doações legais feitas pela empresa a campanhas eleitorais de
diversos partidos, entre eles o PT, PMDB, PP e PSDB. O documento mostra que a
construtora repassou R$ 183 milhões a políticos.
EMPRESA DE DIRCEU
Os investigadores
encontraram também o pagamento a três empresas de consultoria investigadas na
Lava-Jato. Entre elas, a JD Consultoria, do ex-ministro da Casa Civíl José
Dirceu (PT). A empresa recebeu R$ 900 mil da Camargo Corrêa. A empreiteira
pagou também R$ 3,5 milhões a empresa de Pedro Paulo Leoni Ramos. O político
foi ministro no governo Collor é um dos investigados na Lava-Jato suspeito de
intermediar o pagamento de propina ao senador alagoano. A Camargo pagou também
para Costa Global, do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto
Costa.
Em resposta ao
GLOBO, o Instituto Lula informou que a empreiteira Camargo Correa apoia
publicamente as atividades da organização e que os valores "foram doados
para o Instituto Lula para a manutenção e desenvolvimentos de atividades
institucionais, conforme objeto social do seu estatuto, que estabelece, entre
outras finalidades, o estudo e compartilhamento de políticas públicas dedicadas
à erradicação da pobreza e da fome no mundo."
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