Editorial
JP, 26 de junho
Um
irlandês desaforado, diante de qualquer confusão perguntava: Essa é uma briga
particular ou qualquer um pode entrar? Parece que o (ex) governo Roseana fez a
mesma pergunta no que tange ao combate à criminalidade no Maranhão e lhe
responderam que era particular. A violência se amontoou em proporção
apocalíptica e o governo quedou, paralisado pela ineficiência da administração.
Vieram
recursos para construção de quatro penitenciárias que jamais saíram do chão e o
governo Flávio Dino vai construir. Não houve a reforma dos prédios do Sistema
Penitenciário para adequar os presídios à Lei de Execuções Penais e em
determinados momentos teve-se a impressão de que o crime organizado estava
liberado para promover um verdadeiro vale-tudo em São Luís. Em Termo de
Compromisso assinado com o ministro presidente do Supremo Tribunal Federal,
Ricardo Levandovski, o governador Flávio Dino assumiu a construção e reforma de
obras que poderiam ter evitado muitas dores de cabeça ao cidadão maranhense.
Como
acontecia em certas montanhas da Sardenha, onde o furto de uma cabra só era
considerado crime se o ladrão ou alguém de sua família consumisse o leite do
animal, a leniência na administração dos cárceres do Estado, durante dois
mandatos seguidos de Roseana Sarney, permitiu que o comando de facções
criminosas, fosse exercido de dentro das celas. E sem qualquer vislumbre de
punição para os culpados, dentro ou fora dos presídios. O resultado foi
apavorante: ônibus e outros veículos incendiados, assassinatos, arrastões, um
terror tão poderoso que em determinado momento a própria polícia recolheu um
trailer de vigília de uma praça pública e correu com medo dos bandidos.
Mas
a luta contra a violência não é uma briga particular. Depende de investimentos
na educação, de uma real assistência do Estado às populações empobrecidas, de
melhor distribuição de renda, da construção de presídios, policiamento efetivo,
da prevenção e repressão ao crime, de policiais bem pagos, do combate à
corrupção em todas as esferas do poder público. Todas essas providências que só
começamos a ver agora no Maranhão, com a ascensão do Dr. Flávio Dino ao poder,
50 anos depois.
O
controle das facções criminosas parecia não se restringir apenas ao sistema
prisional, pois aqui fora a cidade vivia dias de medo e terror. Em 2013, numa
única rebelião, 9 presos foram mortos e três já tinham sido assassinados na
semana anterior. Comissões de Direitos Humanos e outras visitaram Pedrinhas e
saíram de lá apavoradas e indignadas. A Comissão da Câmara Federal que aqui
esteve na semana passada, no entanto, já constatou melhorias no sistema
prisional.
O
governo e a polícia já estão dando as primeiras respostas ao caos que se deixou
instalar na segurança pública. Em abril, 80 membros de uma facção criminosa
foram presos em uma festa e há dois dias foi presa uma quadrilha que, imaginem,
estava sob o comando de um membro do PCC de São Paulo. Já se pode dizer que não
há mais leniência com o crime nem facções criminosas agindo impunemente em São
Luís.
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