As versões apontam a existência de ligações entre os homicídios que
seriam atos ou de um grupo de extermínio ou de facções criminosas.
Do G1 AM
A operação de segurança reforçada após série de
assassinatos resultou na detenção em flagrante de 32 pessoas entre a
sexta-feira (17) e a madrugada desta terça (21). A ação da Polícia Militar,
intitulada "Operação Presença", realizou abordagens a veículos em
todas as zonas da capital. Um levantamento parcial da operação foi divulgado
pela PM. Em menos de três dias, 35 homicídios foram registrados na capital. Grande parte
dos assassinatos aconteceu nas Zonas Leste e Oeste.
Ao todo, 13,5 mil pessoas foram abordadas. Além das
prisões em flagrante, 10 armas de fogo foram apreendidas e 16 veículos roubados
foram recuperados. A operação ocorreu desde a sexta-feira (17) até a madrugada
de terça-feira (21), em incursões em ruas, becos e vielas de áreas consideradas
de alto índice de tráfico de drogas, roubos e homicídios.
Entre os crimes constatados, o Centro de
Policiamento Metropolitano (CPM) citou o tráfico de drogas e porte ilegal de
arma de fogo como as principais ocorrências durante a operação.
Ocorrências
No Parque Dez de Novembro, na Zona Centro-Sul de Manaus, um homem de 25 anos foi detido por porte ilegal de arma de fogo, nesta segunda-feira (20), por volta de 22h. Com o suspeito, uma arma de fogo PT 840 com numeração raspada e nove munições intactas foram apreendidas. Ele foi encaminhado ao 12º Distrito Integrado de Polícia (DIP) para os procedimentos legais.
No Parque Dez de Novembro, na Zona Centro-Sul de Manaus, um homem de 25 anos foi detido por porte ilegal de arma de fogo, nesta segunda-feira (20), por volta de 22h. Com o suspeito, uma arma de fogo PT 840 com numeração raspada e nove munições intactas foram apreendidas. Ele foi encaminhado ao 12º Distrito Integrado de Polícia (DIP) para os procedimentos legais.
No mesmo dia, no bairro Cidade Nova, na Zona Norte,
um mototaxista de 22 anos foi preso após ser abordado em uma barreira policial
montada na Avenida Camapuã. Conforme a PM, ele teria praticado um roubo horas
antes, a um ônibus da linha 624, no bairro Cachoeirinha, Zona Sul.
Durante a abordagem, dois celulares e dois relógios
foram encontrados com o suspeito. Entretanto, ele não soube explicar a
procedência dos objetos. A polícia informou que o suspeito foi reconhecido por
uma vítima. Após a constatação do crime, o homem tentou fugir, mas foi
encaminhado ao encaminhado ao 14º DIP.
Por volta das 21h30, dois homens, de 18 e 28 anos
foram presos por tráfico de drogas e associação ao tráfico, no bairro Coroado
3, na Zona Leste. O suspeito de 18 anos foi abordado após PMs, que realizavam
patrulhamento na área, perceberem a atitude suspeita do rapaz. Após revista,
uma pedra grande de oxi foi apreendida com ele, que afirmou ter recebido a
substância do homem de 28 anos. A dupla foi conduzida ao 11º DIP.
Ainda no mesmo bairro, um adolescente de 14 anos
foi apreendido por tráfico de drogas, por volta das 22h, no beco Sol Poente.
Com ele foram apreendidos 15 papelotes de maconha, três porções semelhantes à
oxi e um valor de R$ 14 em dinheiro. Ele foi encaminhado à Delegacia
Especializada em Apuração de Atos Infracionais (DEHS) para os procedimentos.
Já na madrugada desta segunda-feira (20) um homem
de 20 anos também foi detido e autuado por tráfico de entorpecentes. Com ele
foram apreendidas 40 porções supostamente de oxi e R$ 90 em dinheiro. A prisão
ocorreu no bairro Corado 3, por volta das 2h30.
Por volta das 4h desta terça-feira (21) também foi
apreendido por tráfico de drogas um adolescente de 16 anos, no beco Agapanto,
bairro Coroado 2, na Zona Leste. 25 porções de substância entorpecentes com
aspecto de oxi foram apreendidas com ele, além de R$ 40 em espécie. Ele foi
encaminhado a DEAAI.
Mortes
Conforme levantamento feito pelo G1, a maior parte dos homicídios
registrados em Manaus em três dias ocorreu nas Zonas Leste e Oeste da capital.
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), 21 dos 35 homicídios
ocorreram nestes dois pontos, sendo 12 na Zona Leste e nove na Oeste. Os
bairros com maior número de homicídios foram Santa Etelvina, Zumbi, Tarumã e
Compensa. Em cada um destes locais, foram registradas três mortes. (veja mapa
abaixo)
O delegado-geral da Polícia Civil, Orlando Amaral,
afirmou ao G1, na tarde de segunda-feira (20), que números parciais da
investigação indicam que oito vítimas de homicídios registrados têm passagem
confirmada pela polícia por crimes de roubo, furto e tráfico de drogas. O
delegado não divulgou quem são os mortos que têm ficha na polícia e disse que
esse número se refere a investigação dos homicídios ocorridos na madrugada de sábado
(18).
Famílias que perderam parentes buscam respostas para a
onda de violência que atingiu a capital nos últimos dias.
"Queremos um mundo sem violência", dizia
um cartaz exposto em frente à residência de uma das vítimas, no Bairro Compensa
2, na Zona Oeste de Manaus.
"No momento, estamos nos sentindo presos e
refugiados - e não merecemos isso", relatou um parente de Júlio César de
Oliveira Bentes, de 40 anos, foi assassinado na madrugada do sábado (18).
Investigação
O secretário de Segurança Pública do Amazonas,
Sérgio Fontes, disse ao G1, no domingo (19), que policiais militares e civis
estão nas ruas da capital para ajudar nas investigações dos homicídios
registrados na cidade.
Fontes suspeitam que os homicídios possam ter uma motivação única e disse que a polícia está elaborando um
mapa para ajudar na investigação.
O secretário de Segurança Pública também afirmou
que não há como saber se os assassinatos registrados neste domingo têm
relação com a série de homicídios ocorrida entre sexta-feira e sábado. "A
princípio, não tem nenhuma relação. Não sabemos nem quais dos 21 homicídios
[registrados até sábado] estão ligados entre si”, declarou.
Na segunda (20), o procurador-geral de Justiça do
Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM), Fábio Monteiro disse
suspeitar que a série de mortes registradas em Manaus possa ter relação com a existência de um grupo de extermínio.
Monteiro considerou a situação "preocupante" e disse que irá se
reunir com órgãos de segurança.
O procurador-geral considerou o número de mortes
"preocupante e inaceitável". "A situação é grave e absurda.
Evidentemente, o Ministério Público estará monitorando para responsabilizar
quem tiver que ser responsabilizado. Não interessa se é facção criminosa ou
policial militar. O que interessa é que a população não pode ficar sem uma
resposta", disse.
Monteiro explicou ainda que o procedimento adotado
pelo Ministério Público será reunir as "forças" para apurar os
assassinatos.
"Irei acionar o secretário de Segurança e
designar promotores de Justiça para acompanhar em conjunto os procedimentos que
a própria SSP está tomando. Entendo que é extremamente importante, e todos nós
temos a responsabilidade com as políticas de segurança pública",
justificou o procurador-geral.
Sérgio Fontes voltou a falar nesta terça-feira sobre a série de
homicídios. Em um vídeo divulgado pela SSP-AM na internet, o secretário alertou sobre o que ele considera boatos envolvendo a série de
homicídios registrados em Manaus. Na mensagem gravada, Fontes diz para a
população desconfiar de qualquer informação repassada via redes sociais.
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