O Departamento de Comunicação Social –
DCS, da Universidade Federal do Maranhão, vem a público reposicionar a verdade
e externar indignação, em razão da nota publicada, na edição do dia 15/07/2015,
na coluna Estado Maior, do Jornal O Estado do Maranhão. Leviana e
irresponsavelmente, o autor da nota demonstra não ter conhecimento da lógica do
campo científico (acadêmico); também que sequer leu integralmente o projeto ao
qual faz referência. Uma postura “profissional” que fere a dignidade da
comunidade acadêmica do estado e põe em suspeita a lisura do processo de
avaliação de projetos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Maranhão,
Fapema.
A coluna desrespeita, inclusive, a área
de Ciências Sociais e Humanas, ao citar que é curiosa a aprovação de um projeto
com essa temática, em meio a projetos das áreas de saúde, ciência e tecnologia.
Cabe perguntar: Existem ciências maiores e menores, para ele? E, ainda, não é
importante pesquisar a relação entre imprensa e governos, sejam estes apoiados
ou não pelos meios de comunicação? Convém esclarecer que, na área de
Comunicação/Jornalismo, um dos objetivos dos pesquisadores é contribuir para a
compreensão do papel da imprensa como instituição e ator político relevante no
sistema democrático em que vivemos, tendo-se como pressuposto que, sem imprensa
livre, não há democracia. Sem pesquisa livre, não há desenvolvimento científico
e social.
O texto do jornal, porém, assim resume
um projeto de pesquisa realizado por docentes e discentes deste Departamento:
“a pesquisa acena para críticas ao jornal e flores aos Leões”. Lamentável! A
professora proponente do projeto e demais membros da equipe são cientistas.
Fazem pesquisas, não militância política. Se os resultados desagradarem ao
jornal, ao governo ou a outro ator social, paciência. Não se faz pesquisa para
agradar, faz-se pesquisa para conhecer, para fomentar o debate, para elucidar
questões.
Por puro desconhecimento ou má fé,
contudo, a coluna não procurou este Departamento a quem compete responder
institucionalmente pelos professores lotados nesta unidade. Bem ao contrário
disso, a coluna “preferiu” atacar a integridade da pesquisadora Li-Chang Shuen
Cristina Silva Sousa e de toda a equipe que participa da pesquisa, ao afirmar
que o projeto foi aprovado por interesses políticos do governo estadual.
Lamentável! Se o autor da nota tivesse lido o edital universal ao qual o
projeto foi submetido, saberia que o julgamento das propostas é feito por
pesquisadores de outros estados, chancelados pelo CNPQ e sem nenhum vínculo com
quaisquer dos proponentes locais. O processo é idôneo. Se houvesse perguntado à
pesquisadora, saberia também que ela trabalha com a relação entre mídia e
política local desde as eleições de 2014 e não tem nenhum vínculo com o
governo.
Ao desrespeito do jornal, respondemos
com o reconhecimento do trabalho da professora doutora Li-Chang Shuen Cristina
Silva Sousa. Professora deste Departamento, ela é coordenadora do Laboratório
Integrado de Pesquisa e Práticas Jornalísticas e Culturais (LABJOR), registrado
no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPQ, com pesquisas ativas nas linhas de
mídia e política, cultura e identidade nacional. O Projeto “Governando contra
as notícias: o primeiro ano do governo Flávio Dino nas páginas do jornal O
Estado do Maranhão”, coordenado pela professora Li-Chang Shuen, faz parte das
ações de pesquisas desenvolvidas por este Departamento, no LABJOR, com a
participação de professores mestres e doutores e de discentes, em orientação de
Iniciação Científica, atividades previstas no desenvolvimento do tripé ensino,
pesquisa e extensão desta UFMA.
Nesse sentido, reafirmamos que a
responsabilidade social de uma instituição pública de ensino passa pelo empenho
e pela competência de professores como a professora Li-Chang Shuen Cristina
Silva Sousa. A pesquisadora, atualmente, além do projeto acima referido, tem
outro projeto em andamento, com apoio da Fapema por meio do edital de fomento a
pesquisadores recém-doutores, lançado em 2014: “Imaginário popular sobre o STF
sob a presidência de Joaquim Barbosa: a noção de Justiça nos comentários dos
leitores da Revista Veja”. Ainda sobre a quem lê ou leu o edital (coisa que o
jornalista não fez, infelizmente) poderá observar que, ao término das duas
pesquisas, equipamentos e livros que serão adquiridos com verba pública serão
incorporados ao patrimônio da Universidade Federal do Maranhão, conforme exigem
os editais da Fundação. Ressalta-se que os pesquisadores não auferem nenhum
benefício financeiro pessoal em suas pesquisas financiadas, via editais das
agências de fomento, sejam elas estaduais ou federais. O benefício é para a
ciência e, via de consequência, para a instituição UFMA e para a sociedade.
Em tempo, sobre o andamento da pesquisa
“Governando contra as notícias: o primeiro ano do governo Flávio Dino nas
páginas do jornal O Estado do Maranhão”, este Departamento informa que três
professores doutores, pesquisadores deste curso, apresentarão os resultados preliminares
da pesquisa sobre o jornalismo realizado pelo Jornal o Estado do Maranhão, nos
primeiros cem dias do governo Dino, no encontro nacional da Sociedade
Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - Intercom, em setembro
de 2015, no Rio de Janeiro.
Protásio Cézar dos Santos
Chefe do Departamento de Comunicação
Social
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