Imagens das agressões sofridas pelo adolescente e que resultaram na
morte de Cledenilson Pereira da Silva, de 29 anos, linchado na última
segunda-feira (6) após tentar assaltar um bar no bairro do São Cristóvão, em São Luís, gravadas por
uma testemunha, podem ajudar a Polícia Civil na identificação dos suspeitos.
Para o delegado responsável pela investigação, só há uma certeza: o suspeito
portava uma arma antes de ser surpreendido por frequentadores do bar, que o
dominaram e amarraram num poste e o agrediram até a morte.
Dois vídeos obtidos pelo G1,
feitos por uma testemunha com celular, mostram o exato momento das agressões ao
adolesdente, que é acorrentado pelas pernas, e Cledenilson da Silva, amarrado
no poste encoberto por sangue.
O adolescente de 16 anos, que acompanhava Cledenilson da Silva, voltou a
prestar informações à Polícia Civil. De acordo com o delegado Cláudio Barros,
que está à frente do inquérito, ele reiterou os dados já prestados nos
depoimentos anteriores. “Ele reafirmou que o número de agressores era de quatro
ou cinco pessoas e nos deu características físicas dos suspeitos, o que vai nos
ajudar na identificação”, disse o delegado ao G1.
Até o momento, a Delegacia de Homicídios já identificou dois principais
suspeitos, que participaram de forma mais ativa, mas evita divulgar nomes. A
polícia quer a ajuda de testemunhas para auxiliar no reconhecimento dos
agressores.
Linhas de
investigação
Apesar de não ter passagem pela polícia por outros crimes, a Delegacia de Homicídios trabalha com duas linhas: a de que estava no local para qualquer outra atividade e foi pego com um revólver calibre 38 e a que ele teria anunciado o assalto, tentado atirar e a arma não disparou. “Fato é que ele estava armado. A arma foi apreendida e está conosco”, relada o delegado.
Nessa sexta-feira (10), Maria José Gonçalves, de 51 anos e Antônio
Pereira da Silva, 53, peis de Cledemilson da Silva foram à delegacia para prestar
depoimento sobre o caso. Segundo eles, o filho não era criminoso. "Ele não chegava com
nada roubado em casa e nem roubava nada de casa. Ele era calmo. Sabia que ele
fumava, mas ele chegava em casa e ia dormir. Comigo, com o pai e com os irmãos
ele sempre foi tranquilo. Garanto como ele era em casa, mas infelizmente não
sei como era na rua com as companhias", contou Maria José ao G1.
Ela rechaça a versão de que a arma de fogo estava com o filho e também diz
que não conhecer o adolescente de 16 anos que o acompanhava na tentativa de
assalto.
Até o fim da próxima semana, garante Cláudio Barros, a polícia poderá
chegar a uma conclusão sobre o caso. O prazo para a conclusão do inquérito é de
30 dias.
O bar alvo da tentativa de assalto segue sem funcionar desde o
acontecido.
Relembre o caso
Cledenilson Pereira da Silva, de 29 anos, foi linchado por populares após tentar assaltar um bar na segunda-feira (6), no bairro do Jardim São Cristóvão, em São Luís. Com ele, estava um adolescente de 16 anos, também vítima de agresssões. Ambos foram surpreendidos pela reação dos clientes, que iniciaram luta corporal e dominaram os suspeitos.
Cledenilson foi amarrado a um poste, completamente despido e agredido
até a morte. O adolescente foi apreendido e encaminhado para a Delegacia do
Menor Infrator (DAI), na capital maranhense.
Na terça-feira (7), a Polícia Civil abriu inquérito para investigar o
caso. Até o momento, três suspeitos foram ouvidos
pela Delegacia de Homicídios. Todos os suspeitos que tiveram participação direta ou indireta, incitando
o crime, devem responder à medida dos atos praticados.
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