Editorial
JP, 19 de agosto
Recebemos
a informação de que o governo do Estado pretende retomar o plano de construção
de 5 hospitais regionais concebidos pelo então governador Jackson Lago, dos
quais o falecido político teve a oportunidade de concluir apenas o do município
de Presidente Dutra. Isto porque a superestrutura de mais de 60 hospitais de 20
leitos no Maranhão, além dos agravados problemas com a Justiça, revela-se inviável
economicamente para ser gerenciada por municípios de pequeno porte e marcados
por cortes sistemáticos na arrecadação, inclusive e, principalmente, do FPM e
pela queda brusca do ICMS, de igual modo agravada pela crise econômica
brasileira.
O
plano prevê a entrega de hospitais regionais de 100 leitos, ainda este ano, nos
municípios de Pinheiro, Santa Inês, Caxias e Imperatriz, cidades polo e um
hospital de 50 leitos no município de Bacabal. Outros dois hospitais de 50
leitos estarão ao dispor da população no próximo ano, nos municípios de Balsas
e Chapadinha. Na avaliação do governo, o custo de R$ 100 mil mensais para cada
um dos hospitais de 20 leitos precisa ser revisto e obedecer a novos critérios
como, por exemplo, o contingente populacional dos municípios e o volume de
atendimentos registrado em cada uma dessas casa de saúde.
O
levantamento feito em torno dos hospitais informa que o governo anterior deixou
muitos deles abandonados ou inacabados e que outro tanto foi inaugurado com o
mesmo equipamento hospitalar em períodos antecedentes a eleições. Seja como
for, é uma estrutura que não deve ser desprezada e para que isso não aconteça o
governo já acalanta a ideia de transformar grande parte ou todos eles em postos
médicos.
Desde
a década de 90, o Ministério da Saúde tem desaconselhado a construção de
hospitais de 20 leitos em todo o país. O que nos parece imprescindível, no
entanto, é resolver a calejada questão da saúde pública no Estado, até para que
se desafogue, de uma vez por todas, a rede hospitalar de São Luís que continua recebendo
um número insustentável de pacientes vindos do interior.
A
falta de recursos para manutenção destes hospitais parece ser ponto pacífico
nos debates da saúde pública. Como já afirmado e reafirmado várias vezes,
hospitais de 20 leitos não recebem recursos federais e a conta fica para os
municípios, mas quase sempre os prefeitos garantem que essa é uma despesa com a
qual não podem arcar. Tanto é que, segundo levantamento da Secretaria da Saúde,
muitos deles fecharam as portas uma semana após a inauguração. Em outras
palavras, não tem dinheiro federal, não tem dinheiro municipal e os governos
estaduais relutam em assumir todas as despesas.
No
Maranhão, o corte de repasses para esses hospitais, segundo o secretário de
Saúde, Marcos Pacheco, foi feito ainda em outubro de 2014 pela ex-governadora
Roseana Sarney. O mesmo secretário aconselhou os prefeitos a direcionar os hospitais
apenas para atendimento da Atenção Básica. A boa notícia é que o governo do
Estado está em busca de soluções para que não se tornem esses hospitais
completamente inviáveis.
Porque é tão difícil reconhecer alguma coisa de bom feito pela administração passado, como é fácil atribuir o que está errado a esta mesma administração? Coincidência, a retomada de construção dos 5 hospitais de cem leitos pelo atual governo, serão nas mesmas cidades que o governo passado, em algumas já construiu, faltando só inaugurar, e em outra começou a sua construção faltando pouco pra terminar. O que o governo atual fará com estes hospitais? Basta reconhecer o obvio, não precisa reinventar a roda
ResponderExcluir