A Polícia Federal (PF) reforçou a vigilância em aeroportos e rodoviárias
do Maranhão para capturar a prefeita de Bom Jardim (MA) Lidiane Leite (PP),
foragida desde quinta-feira (20), quando foi deflagrada a “Operação Éden”, que
investiga denúncias de desvios de verbas da educação no Município.
“Solicitamos a todos os cidadãos de bem do Estado do Maranhão que cada
um deles se torne um agente da Polícia Federal e nos auxilie na captura dessa
pessoa”, disse o superintendente regional Alexandre Saraiva, em entrevista
coletiva concedida na quinta-feira.
Foram presos o ex-secretário de Agricultura, Antônio Gomes da Silva,
conhecido como “Antônio Cesarino”, e de Assuntos Políticos, Humberto Dantas dos
Santos, conhecido como Beto Rocha, que seria ex-namorado da prefeita.
Segundo o delegado Ronildo Lajes, a repercussão nacional do caso
acelerou a deflagração da operação.
“Acontece que, com a publicação da reportagem, por decorrência da
repercussão até nacional, nós percebemos no monitoramento que os alvos estavam
se movimentando muito, tentando conversar com testemunhas e há rumores no local
de que eles estavam tentando evadir-se”, explicou.
“Mesmo sendo policiais federais, somos humanos e estamos absolutamente
indignados porque chegou ao nosso conhecimento que as crianças estavam sendo
dispensadas mais cedo das aulas por falta de alimentação”, revelou o delegado
Fabrizio Garbi.
Desvios
A polícia investiga transferências de cerca de R$ 1 mil realizadas da conta da prefeitura para a conta pessoal de Lidiane que chegam a R$ 40 mil em um ano. Também foram feitas transferências para o advogado da prefeitura, Danilo Mohana, que somam mais de R$ 200 mil em pouco mais de um ano.
A polícia investiga transferências de cerca de R$ 1 mil realizadas da conta da prefeitura para a conta pessoal de Lidiane que chegam a R$ 40 mil em um ano. Também foram feitas transferências para o advogado da prefeitura, Danilo Mohana, que somam mais de R$ 200 mil em pouco mais de um ano.
Além da prefeita, secretários, ex-secretários e empresários também estão
sendo investigados por causa de irregularidades encontradas em contratos
firmados com “empresas-fantasmas”. Houve duas licitações para reformar 13 escolas,
pelas quais a “Zabar Produções” obteve R$ 1,3 milhão e a “Ecolimp” recebeu R$
1,8 milhão. Nenhuma das empresas foi encontrada.
Em 2013, a prefeitura firmou contrato com 16 agricultores para o
fornecimento de merenda escolar nas escolas municipais, pelos quais cada
agricultor receberia em média R$ 18 mil por ano. Os agricultores afirmaram que
não receberam os pagamentos.
Luxo na internet
Lidiane se tornou prefeita aos 22 anos, em 2012, depois que o namorado dela na época Beto Rocha, candidato a prefeito, teve a candidatura impugnada ao ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Ela assumiu o lugar dele e foi eleita.
Lidiane se tornou prefeita aos 22 anos, em 2012, depois que o namorado dela na época Beto Rocha, candidato a prefeito, teve a candidatura impugnada ao ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Ela assumiu o lugar dele e foi eleita.
Depois que assumiu o cargo, Lidiane passou a compartilhar fotos da nova
rotina nas redes sociais. Nos perfis pessoais, ela escreveu: “eu compro é que
eu quiser. Gasto sim com o que eu quero. Tô nem aí pra o que achem. Beijinho no
ombro pros recalcados”. Em outro post, ela diz: “devia era comprar um carro
mais luxuoso pq graças a Deus o dinheiro ta sobrando”.
Afastamentos
A Justiça do Maranhão havia determinado o afastamento da prefeita pelo prazo de 180 dias em dezembro de 2014, com base no descumprimento da regularização das aulas e do fornecimento de merenda e de transporte escolar em Bom Jardim.
A Justiça do Maranhão havia determinado o afastamento da prefeita pelo prazo de 180 dias em dezembro de 2014, com base no descumprimento da regularização das aulas e do fornecimento de merenda e de transporte escolar em Bom Jardim.
Na ação, o Ministério Público do Estado afirma que Lidiane havia
apresentado informações falsas a respeito das irregularidades, mas as
informações acabaram desmentidas por meio de denúncias dos próprios moradores
da cidade.
A gestora também já havia sido citada pela Justiça por má conduta no
início de 2014, quando foi deferida liminar, a pedido do MP-MA, para declarar a
ilegalidade de decreto municipal que tornou nulas as nomeações dos excedentes
do concurso público homologado em novembro de 2011.
Cunha meu amigo, por onde andas?
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