Editorial
JP, 1 de outubro
Uma
notícia perturbadora ecoou nos corredores da Assembleia Legislativa do
Maranhão, através do deputado Eduardo Braide. Ele informou e se pronunciou em
discurso sobre um absurdo corte de 6,8 bilhões no programa de saúde pública do
Governo Federal. E avisou que o corte de recursos vai sair principalmente das
Upas, e dos atendimentos de alta e média complexidade. O governo também vai
zerar o repasse da Farmácia Popular em 2016. Com mais essa, os cortes do
governo nos programas sociais chegam a R$ 25 bilhões.
Assim
fica difícil devolver à presidente Dilma a popularidade também praticamente
zerada, se ela mesma garantiu que protegeria os programas sociais. Vai mesmo o
povo pobre pagar a maior fatia do bolo azedo cujo primeiro ingrediente foi a
corrupção que gerou a crise econômica no Brasil. A saúde pública, neste país,
já é um desastre. Com esses cortes gigantescos não demora muito e teremos uma
multidão de doentes vagando pelas ruas sem qualquer possibilidade de
atendimento.
Tudo
era possível pensar, menos que se cobrasse da saúde do povo o preço da
ineficiência governamental que arrastou o país para uma crise econômica
aparentemente sem solução. Há muito de onde o governo tirar dinheiro para
cobrir os rombos nas estatais e no próprio tesouro nacional. E, como disse o
parlamentar, esse “pacote de maldades” vai sobrecarregar os combalidos sistemas
públicos de saúde dos Estados.
Não
tiveram coragem de se organizar para cobrar a sonegação bilionária que vitima o
país, mas têm para fechar hospitais e deixar a população sem os providenciais
remédios da Farmácia Popular. Isso vai atingir os aposentados e pensionistas e,
na proporção em que está acontecendo, até diminuir o tempo de sobrevida de
muitos brasileiros. Enquanto isso, o governo negocia cargos para aprovar vetos
de cumplicidade e o extorsivo ajuste fiscal com que, dizem, vão salvar a
economia do país.
Sinceramente,
por essa ninguém esperava. Cortaram recursos do “Minha Casa Minha Vida”, do
Programa Bolsa Família, das Universidades, do funcionalismo, prorrogaram
pagamentos de salários, mas minar a saúde pública é um pouco demais para
qualquer crise.
E
a bomba vai estourar nos colos de governadores e prefeitos, nos estados e
municípios, principalmente os mais pobres. Não podem prejudicar ainda mais a
saúde pública neste país.
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