Editorial
JP, 8 de dezembro
Com
a Constituição nas mãos, o governador Flávio Dino defendeu, no Palácio dos
Leões, domingo, o mandato da presidente Dilma Rousseff. Mas sabemos nós que,
apesar de todo o embasamento jurídico que fundamentam seus argumentos, a Nação
está diante de um julgamento político cujo desfecho final caberá ao Senado da
República.
O
governador é um líder nato e desses capazes de vencer qualquer debate pelo
convencimento. E o debate sobre o processo de impeachment da presidente é um
dos mais sérios do país nos últimos 50 anos. Não é à toa que um dos mais ácidos
críticos do governo do PT nesses tempos, o ex-ministro Ciro Gomes, se juntou às
vozes que defendem a conclusão do mandato da presidente.
O
país corre riscos. Há um clamor da população contra o PT e contra a corrupção
institucionalizada por esse partido no Brasil. Ocorre, porém, que a queda de
Dilma significaria a assunção ao poder do PMDB, o maior colegiado de corruptos
que a história do Brasil já registrou. E, em frente, na linha sucessória de
Dilma, estão exatamente Michel Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, este o
mais próximo parceiro político de José Sarney nas traquinadas senatoriais.
Nada
mais parecido com aquela história de “se correr o bicho pega, se ficar o bicho
come”. A opção do PMDB seria um castigo insuportável para o Brasil, mas seria,
principalmente, para o Maranhão. É melhor nem pensar nas alianças odiosas que
Sarney arquitetaria com vistas a inviabilizar o governo democrático do
Maranhão. Isso, se não fosse mais longe e arranjasse uma percussão judicial
para abafar o mandato de Flávio Dino, como fez com o de Jackson Lago.
Mas,
certamente, não é esse um problema tão-somente do Maranhão, nem essa uma razão
solitária a mover o governador Flávio Dino. É o país. Entrelaçado por três
crises, (econômica, política e moral), o Brasil corre o risco de cair em mãos
de aventureiros que querem o poder pelo poder. E é bom que se reflita,
pausadamente, sobre o exemplo dado pelo governador da chancela do Congresso
Nacional ao golpe de 1964.
Conclui-se,
pois, que as duas opções, para o povo brasileiro, são desastrosas porque, mesmo
que não tenha a presidente cometido nenhum crime, o PT não merece mais governar
o Brasil. E entrega-lo, como frisou Ciro Gomes, em mãos de mafiosos
encastelados no PMDB, talvez fosse pior ainda.
Com
a Constituição nas mãos, o governador defende o que acha ser o melhor para o
país. Na dúvida, é o que devemos fazer todos nós: atender ao Império das leis,
seguindo os lúcidos argumentos do governador. O Brasil está cansado de
aventureiros, mafiosos e ditadores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário