Editorial JP, 16 de dezembro
A justiça às vezes é feita sem que,
necessariamente, o ofendido tenha que recorrer a ela. Parece ser o que, neste
momento, acontece com o governador Flávio Dino. Seus adversários e ocasionais
inimigos quase todos se liquidam moral e eleitoralmente sem que, para tanto,
precise o primeiro magistrado mover uma palha. As tantas agressões, acusações
injustas, injúrias e calúnias de que foi vítima o hoje governador Flávio Dino
no decorrer da campanha, e até fora dela, começam a ser punidas por uma justiça
que é da terra, mas deixando a impressão de que o processo tramita nos céus,
posto que os merecidos castigos ou punições não são consequências de ações
movidas por Flávio Dino.
Podemos listar alguns casos. Roseana
Sarney afundou eleitoral e moralmente desde que seu chefe da Casa Civil, João
Abreu, foi envolvido no caso Constran pelo doleiro Alberto Youssef. Ele foi
denunciado; ela permanece sob vigilância. Ricardo Murad teve sua residência
devassada e foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal para prestar
depoimento em torno de contratos celebrados durante sua gestão na Secretaria da
Saúde. É outro cuja imagem jamais permitirá que se lhe retorne a densidade
eleitoral.
Na campanha, o empresário Edison Lobão
Filho aliou-se a uma parte não muito saudável da imprensa e foi impiedoso,
indecoroso, contra o candidato que,
desde aquela hora, já lhe impunha uma das mais memoráveis surras políticas da
história do Maranhão. Pois Lobão Filho aparece, agora, como beneficiário de
oito notas promissórias no valor de R$ 1 milhão, cada uma, emitidas pela Santri
Participações. Segundo a Polícia Federal, são contratos forjados. Edinho Lobão
é mais um inimigo do governador na mira da PF.
O senador Edison Lobão amanheceu o dia,
ontem, com a presença de policiais federais devassando seus documentos, assim
como os de seus amigos e correligionários do PMDB, dentre eles Eduardo Cunha;
Envolvido na Lava Jato e com outras histórias mal explicadas, inclusive
relativas à Refinaria Premium, em Bacabeira, Edison Lobão é mais um adversário,
para não dizer inimigo, do governador Flávio Dino que vê desmoronar o seu mundo
de fantasia.
Contado nos dedos, parece que somente o
próprio Sarney, até agora, escapou das garras da Polícia Federal; mas Sarney
parece ter o corpo fechado, como se comprova desde sua extenuante passagem pelo
Senado. Mas, alguns que tem informações privilegiadas conversam que ainda tem
muita coisa nesse campo da operação policial para acontecer no Maranhão. E o
maior azar é a delação premiada.
Toda essa gente, de fato, merece as
catilinárias de Cícero, do tipo: “Até quando, Catilina, abusarás da nossa
paciência? Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós? A que extremos
se há de precipitar a tua desenfreada audácia?
E, quando pensamos que todos esses
ornamentados por investigações, autuações, conduções e apreensões até outro dia
eram praticamente inimputáveis, só podemos deduzir: o melhor é não fazer nem
desejar mal a esse governador. Dá um azar danado!
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