quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

O porto

Editorial JP, 24 de fevereiro
O ano de 2015 encontrou o Porto do Itaqui com graves problemas de infraestrutura que possibilitaram a ocorrência de 144 acidentes somente no ano de 2014.  Não havia sequer uma brigada do Corpo de Bombeiros no local e, conforme o governador Flávio Dino à época, o desafio era modernizar o Porto e prepara-lo para ser a principal entrada do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Parece que isso aconteceu. Matéria publicada no blog do jornalista Valdemar Ter informa que a Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) classificou o Itaqui como o porto público que mais movimentou cargas em 2015 no Norte e Nordeste e o quinto em relação aos demais portos do Brasil, movimentando 21,8 milhões de toneladas, ficando à frente do Porto do Suape, em Pernambuco e do Porto Vila do Conde, no Pará. E mais: se for contada apenas a movimentação de granéis sólidos, o Itaqui continuará na primeira posição no Norte e Nordeste, subindo para a quarta posição em todo o país.
Segundo o presidente da Empresa de Administração Portuária, Ted Lago, o plano para 2016 é atrair mais investimentos e, com isso, novas possibilidades de renda e desenvolvimento para o Estado.
Esse novo quadro, além de evidenciar a efetividade da nova administração, mostra o quanto perdemos em virtude da inapetência administrativa dos que aqui governavam sem atentar para as potencialidades do Estado e fazendo pouco caso do futuro do Maranhão. A 20 de março de 2014, uma fila de 70 caminhões aguardava para descarregar no Porto do Itaqui já há cinco dias. A administradora do Porto dizia simplesmente que não esperava por tantos caminhões e os caminhoneiros reclamavam: “Não tem ninguém aqui”. É um disparate e cargas que tinham data para chegar aos Estados Unidos e à Europa permaneciam estacionadas.
Se assim fizeram com o Porto do Itaqui, o de águas mais profundas e um dos maiores do mundo, é possível dimensionar o quanto essa inapetência administrativa e a lassidão política prejudicaram esse Estado.
Ora, a própria Emap, empresa que administra o Porto, foi transformada em cabide de empregos para apaniguados sem nenhuma função e privilegiados recebendo salários astronômicos sem ter o que fazer. Por isso que a História e o conhecimento da História do Maranhão são importantes neste momento de transição de um regime oligárquico para este de justiça social.

É muito provável que, passado pouco mais de um ano do governo democrático que se instalou em janeiro de 2015, o Maranhão nem tenha ainda a consciência exata do que perdeu em matéria de desenvolvimento e progresso no passado. Fica até difícil crer que algum governo tenha tido a coragem de jogar ao relento administrativo uma força econômica do tamanho do Porto do Itaqui. Mas o fato é que fizeram isso também.

Um comentário:

  1. E por falar em Porto, quando haverá concurso? Lembro que a Emap foi cabide de empregos para patricinhas e mauricinhos de Roseana, Lago e Zé Reinaldo. E continua sendo cabide de empregos. Nesse sentido, NADA MUDOU!

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