Bernardo Barbosa
A sede da UNE (União Nacional dos Estudantes) em São Paulo, localizada
na Vila Mariana (zona sul da capital), foi atacada por pichadores na manhã
deste sábado (12), segundo informou a própria organização. Os vândalos
escreveram frases pedindo a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
("Lula na cadeia") e atacando a militância estudantil ("Vendidos"
e "estudantes mortadela").
Segundo a presidente da UNE, Carina Vitral, o ataque aconteceu por volta
das 8h. No momento, seguranças protegiam a sede, mas estavam do lado de dentro.
De acordo com Carina, vizinhos do prédio relataram que ao menos oito homens
participaram da ação.
Para Carina, é simbólico que o ataque tenha ocorrido um dia antes do que
classificou como "manifestações da direita".
"Diferentemente de um debate público sobre os rumos do país, o que
a gente vê recentemente é uma polarização na base do ódio, da intolerância, do
linchamento público, da acusação sem provas. Isso reflete este momento
político", analisou.
A presidente da UNE lembrou que o último ataque a uma sede da entidade
foi em 1º de abril de 1964, "como primeiro ato da ditadura militar",
quando o prédio da união estudantil no Rio foi incendiado.
"Mais do que oposição política, essas pichações refletem o ódio à
democracia, à liberdade de expressão, a divergir politicamente", disse
Carina.
No fim da tarde deste sábado, representantes da UNE estavam em uma
delegacia da região registrando um boletim de ocorrência. A presidente da
entidade demonstrou preocupação com o acirramento das tensões nas ruas com os
protestos contra o governo Dilma Rousseff marcados para este domingo (13).
"Vamos pedir proteção policial da sede para o dia de amanhã",
informou.
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