terça-feira, 12 de abril de 2016

Conversando com os números

Editorial JP, 12 de abril
Conversar com números não é uma tarefa fácil. Quando se trata de pesquisas, então, a conversa é ainda muito mais difícil. Se são pesquisas aferindo vantagens e desvantagens de candidatos em disputa eleitoral, aí já é tarefa para os discípulos de Pitágoras, como o infalível globófilo Oswald de Sousa. Assim mesmo, ousemos rastrear o que revelam as pesquisas para prefeito de São Luís nas eleições municipais de 2016.
O mais triste destino é do PMDB de Roseana Sarney. O partido se enfurna como pérola falsa dentro da ostra. Ostracismo geral, se os dois candidatos postos, Andrea Murad e Fábio Câmara não conseguem atingir aos dois dígitos que colocam qualquer postulante dentro da disputa.
Revise-se, em seguida, as quedas bruscas da deputada Eliziane Gama que perde eleitores mais do que água se perde nas adutoras rompidas do Italuis. Em maio, a deputada alcançava 42,8 % das intenções de voto, contra 13,36 % do prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Já em setembro, a candidata do PPS surgia 14 pontos abaixo com 28,7 %, enquanto o prefeito apresentava um crescimento de 7 pontos, atingindo 20,6 % das intenções de votos. E, agora, na pesquisa Escutec, a diferença se reduz ainda mais. Eliziane Gama surge com 21,99 % e Edivaldo Holanda com 16, 3 %. Entenda-se, a diferença favorável à candidata caiu 23 pontos.
Mas quem conversa com números precisa saber ouvir. Eles estão dizendo que, a se manter essa tendência de queda, é provável que a candidata venha a se igualar, muito em breve, aos mesmos dígitos de Fábio Câmara e Andrea Murad.
Quem surpreende são João Castelo e Bira do Pindaré. Nos dois cenários, o ex-prefeito se mantém na casa dos 15 % de intenções de votos, mesmo sem sacramentar sua pré-candidatura ou fazer qualquer movimento eleitoral. Bira do Pindaré porque, sem ter a certeza de que o PSB local avalizará seu nome, surge, também em qualquer cenário, com mais de 8 % das intenções de votos.
Há que calcular também os efeitos sobre o eleitorado das obras de recuperação e pavimentação asfáltica em diversos bairros de São Luís, dentre outras, sem contar uma conquista histórica e ousada do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, a licitação do transporte público pela qual o povo ludovicense esperou inutilmente pelo menos meio século e que se concretiza somente agora.

Por outro lado, com o PMDB sem as mínimas condições de dar combate eleitoral à ampla coligação partidária que se forma em torno do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, sobrarão somente aliados do governador Flávio Dino, inclusive a própria Eliziane Gama, para o embate de 2016. Feitas as contas e da forma como ela despenca eleitoralmente, além de se mostrar incapaz de solidificar qualquer coligação, o mais provável é que o resultado de 2012 se repita em 2016. Mas que não sirva isso para descanso, quem conversa com números sabe que, segundo Roberto Carlos, às vezes dois mais dois dá cinco. 

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