247 - Na cerimônia de assinatura do
Acordo de Paris, sobre Mudanças Climáticas, na sede da Organização das Nações
Unidas (ONU), nesta sexta-feita (22), a presidente Dilma Rousseff fez um breve
referência ao golpe que está em curso no Brasil.
"Não posso
terminar a minha fala sem mencionar o grave momento que vive o Brasil. O Brasil
é um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e
construir uma pujante democracia, um povo trabalhador que tem grande apreço
pela liberdade, que, acredito, saberá impedir quaisquer retrocessos. Sou grata
a todos os líderes que expressaram a mim sua solidariedade", disse ela ao
final do discurso.
Antes, na maior
parte do tempo, a presidente falou sobre questões ambientais, tema central do
encontro.
O discurso (os principais
trechos)
"Com imensa
honra venho a NY assinar o acordo de Paris. Um acordo universal, sua conclusão
exitosa em dezembro de 2015 representou um marco histórico na construção do
mundo que queremos - um mundo de desenvolvimento sustentável para todos. O
êxito deve muito a atuação do governo francês."
"Tenho orgulho
do trabalho desenvolvido por meu país e meu governo para que, coletivamente,
chegássemos a esse acordo."
"Demos
respostas firmes e decisivas aos imensos desafios apresentados para construção
de um amplo consenso."
"Hoje, ao
lado de todos os chefes de Estado assumo compromisso a pronta entrada em vigor
do acordo no Brasil. O caminho que teremos que percorrer agora será mais
desafiador: transformar aspirações em resultados concretos."
"Realizar
os compromissos que assumimos exigirá a ação convergente de todos nós, de todos
os nossos países e sociedades. Países em desenvolvimento como o Brasil têm
apresentado resultados expressivos na redução de emissões, e se comprometeram
com metas ambiciosas"
"Alcançaremos
o desmatamento zero na Amazônia."
"Nosso
desafio é restaurar e reflorestas 12 milhões de hectares de floresta."
"É
necessário que o setor privado desenvolva um esforço robusto de redução de
emissões. Quero assegurar que estamos cientes de que firmá-lo é apenas o começo"
"Sem a
redução da pobreza e da desigualdade não será possível alcançar as metas de
redução das mudanças climáticas."
Recepção calorosa
Dilma foi
recebida na noite de quinta-feira em Nova York de forma calorosa por um grupo
de cerca de 50 pessoas que a esperavam com rosas e cartazes contra o
impeachment, em frente à residência do embaixador do Brasil na Organização das
Nações Unidas (ONU), Antonio Patriota, onde ela ficará hospedada.
Na denúncia
contra o processo de impeachment sem crime, a presidente conta com o apoio de
diversas publicação globais, que já tratam o golpe de golpe, além de outros
organismos internacionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e
chefes de Estado da América Latina.
Acordo de Paris
O Acordo de
Paris estabelece um novo pacto global sobre o clima. O acordo, que entrará em
vigor em 2020, foi aprovado em dezembro de 2015 durante plenária da 21ª
Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), em Paris,
França, e contou com decisiva participação brasileira.
Um dos
principais objetivos é buscar caminhos que limitem o aumento de temperatura
global neste século em até 2 graus Celsius, buscando atingir 1,5 grau Celsius.
Prevê também dispositivos de mitigação e adaptação, bem como as necessidades de
financiamento, de capacitação nacional e de transferência de tecnologia aos
países em desenvolvimento. É a primeira vez que um acordo global sobre o clima
é aprovado.
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