247 - Parlamentares que votaram contra o processo
de impeachment no domingo (17) foram homenageados pelo PC do B do Maranhão. Em
ato na Assembleia Legislativa, na quarta-feira (20), o governador Flávio Dino
(PC do B) entregou uma placa a cada um dos deputados maranhenses que votaram
contra o impeachment, além de deputados de outros Estados convidados, como
Wadih Damous (PT-RJ), Jean Wyllys (P-Sol-RJ) e Alessandro Molon (Rede-RJ).
O governador do
Maranhão afirmou ser necessária a homenagem, pois “ali, nos 30 segundos entre o
deputado ser chamado e ir até o microfone, o mais fácil era votar com a
maioria, mesmo contra a própria opinião, como sei que muitos fizeram”.
Em seu discurso,
Dino prestou uma homenagem a “uma mulher que já entrou para a história,
aconteça o que acontecer”, a presidente Dilma Rousseff. “Porque não é fácil,
não é fácil enfrentar o que esta mulher está enfrentando. Todo tipo de ataque e
ofensa, cujo auge foi aquele voto daquele deputado fascista, criminoso e
torturador, cujo nome não declino para não homenageá-lo”, afirmou.
Professor de
direito e ex-juiz federal, o governador ironizou a tese usada para buscar a
cassação da presidente. “Estudo direito há 30 anos, nunca vi algo tão forjado
quanto a invenção do crime de responsabilidade chamado "pedalada
fiscal"”.
O governador
aconselhou a oposição a esperar 2018 para disputar as eleições. “Mas não querem
esperar eleição porque não têm como ganhar voto com esse programa de restrição
de direitos”, diz Flávio Dino. “Quando o 1% mais rico do país se reúne em torno
de um pacto para defender seus interesses, os pobres deste país não podem ter
dúvida qual lado é correto”, afirmou.
Flávio Dino
demonstrou confiança em que as mobilizações sociais vão barrar possíveis
retrocessos. “Os movimentos sociais estão mostrando que quem constrói a
história deste país é o povo organizado para defender seus direitos”, afirmou.
MEMÓRIA DE JACKSON
LAGO
"Nós não
estamos discutindo acertos ou erros de governo", disse o deputado Weverton
Rocha (MA), líder do PDT, que apoia a pré-candidatura de Ciro Gomes à
Presidência em 2018. "O que está em jogo é algo muito maior que é a
Constituição de nosso país".
Secretário do
governo Jackson Lago (PDT), Weverton lembrou os dias que se seguiram à sua
cassação sem provas. "Os que foram a Brasília articular votos a favor do
golpe são os mesmos que aprenderam os caminhos para voltar ao poder sem passar
pelo voto popular", lembrou Weverton, em referência à cassação de Jackson
Lago (PDT) que levou ao poder de volta Roseana Sarney (PMDB).
"SE TEMER
ASSUMIR, NÃO GOVERNA"
Representando os
deputados de outros estados, Wadih Damous rejeitou a ideia de pedir eleições
gerais. “Vamos lutar até o fim contra o golpe, para fazer valer o voto
popular”, afirmou. “Se Michel Temer tomar posse não governará”, afirmou o
parlamentar. Outro petista, o deputado Zé Carlos (MA) preferiu homenagear o
governador. "Se há alguém merecedor deste prêmio é o governador do Maranhão
que vem sendo um líder nessa batalha", disse. “Esta coragem premiada hoje
não é a coragem de um partido, um deputado ou um governador. É a coragem de
todo o povo”, afirmou o vice-líder do PCdoB na Câmara Rubens Pereira Jr (MA).
O vice-presidente
da Câmara Waldir Maranhão (PP-MA) lamentou o “preconceito contra nós
nordestinos que nos colocamos contra o golpe”. Mas afirmou que “o mundo está
nos acompanhando, olhando a defesa que fazemos de nossa Constituição”.
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