segunda-feira, 4 de abril de 2016

Flávio Dino mata dois mosquitos com uma paulada só

JM Cunha Santos

Era tão-somente a solenidade que marcava o início das atividades da Força Estadual de Saúde do Maranhão (Fesma) nos 30 municípios que integram o Plano Mais IDH e a implementação do Plano de Enfrentamento da Epidemia da Dengue, Chikunguya e Zika Vírus nos 217 municípios maranhenses. Plano de enfrentamento ao mosquito aedes aegipty. Mas o governador Flávio Dino decidiu matar dois mosquitos de uma espanada só.
Na solenidade de entrega dos kits de trabalho da Força Estadual de Saúde, agora com a principal e espinhosa missão de também combater o mosquito tríplex (três doenças), soberbamente camisas azuis e vermelhas dos combatentes se misturavam.
O repórter do Blog do JM Cunha Santos chegou atrasado, mas a tempo de ouvir o governador dizer, a pretexto da crise política e das manifestações que separam petistas e anti-petistas no país: “Em outros estados, quando se encontram camisas vermelhas (PT) e azuis (PSDB), o mais provável é que ocorra confronto físico. Aqui no Maranhão não, senhor vice-governador Carlos Brandão, aqui nós unimos as camisas vermelhas e azuis pelo bem do Estado. Afinal, nós não podemos construir uma Nação destruindo os que pensam diferente de nós”.
Uma declaração que coloca o país diante da magistral frase de Voltaire: “Não concordo com nada do que tu dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizer”. Em todo o Brasil, é provável que o pensamento mais coerente com as aspirações e tradições de paz do povo brasileiro, diante da crise, esteja com o governador do Maranhão. Flávio Dino, embora tenha posição firmada contra o impeachment de Dilma Rousseff, tem revelado essa tendência de que as coisas se resolvam num ambiente de paz, dentro da legalidade, obedecendo aos ritos jurídicos e constitucionais. Diferente das pregações de ódio e de violência para resolução desse impasse, especialmente provindas das alas fascistas intocadas nos dois lados.
Enfim, na solenidade em que organizava sua brigada de combate ao mosquito aedes aegipity, com esta frase, Flávio Dino matou também o mosquito da intolerância política; este, até prova em contrario, muito mais perigoso.


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