terça-feira, 24 de maio de 2016

Livro “O negro no Maranhão”, neste fim de semana, no Shopping da Ilha




Lançado no dia 13 de maio de 2004, o livro “O negro no Maranhão – A escravidão, a liberdade e a construção da cidadania”, de autoria do jornalista Manoel Santos Neto, que passou 15 anos pesquisando os jornais do século XIX e a escravatura negra no Maranhão, está de volta ao público. Pode ser encontrado na Feira do Livro do Autor e Editor Maranhense (Flaema), que acontece desde sexta-feira, 20, e vai até 29 de maio, no Shopping da Ilha.
O evento apresenta exclusivamente escritores e artistas maranhenses e pretende valorizar os jovens talentos em todas as áreas da arte, por isso seu tema é o RENOVO.
Aludindo à Grécia Antiga, com o tema O RENOVO DA ATENAS BRASILEIRA, a FLAEMA presenteará o público com um templo grego servindo de espaço para lançamentos, com equipe caracterizada com roupas gregas.
Durante os 10 dias de evento, haverá exposição de artistas plásticos, espetáculos teatrais, caleidoscópio musical, mostra de talentos e principalmente eventos literários: saraus, rodas de conversa, roda de leitura, palestras, bate-papos com escritores e muito mais.
PESQUISA HISTÓRICA
O livro escrito pelo jornalista Manoel Santos Neto, além de traçar um painel sobre a história do negro maranhense, virou uma obra que passa a limpo pontos chaves da formação cultural do Brasil com fatos históricos e contemporâneos.
Foi a primeira publicação do projeto Imprensa 200 Anos – Memória Maranhão, desenvolvido pela AMI para resgatar a história da imprensa.
Mediante pesquisas no acervo da Biblioteca Pública do Estado, o jornalista Manoel Santos Neto conseguiu alinhavar um retrato inédito e primoroso da imprensa do século XIX e da escravidão. Inúmeras notícias, artigos, crônicas e anúncios de jornais maranhenses inspiraram o jornalista a aventurar-se a um amplo trabalho de pesquisa e reflexão sobre o Maranhão daqueles velhos tempos.
Este desafio obrigou-o a ler – da primeira à última linha – todos os livros de Abdias do Nascimento e, ao coordenar todo o vasto acervo de subsídios sobre o negro maranhense, teve de recolher informações em César Marques, Jerônimo de Viveiros, Dunshee de Abranches, Nunes Pereira, Mário Meireles, Domingos Vieira Filho, Nina Rodrigues, Maria Firmina dos Reis, Jomar Moraes, Astolfo Marques e Nascimento Moraes, e de literatos de renome como Aluísio Azevedo, Josué Montello, Joaquim Nabuco, Gilberto Freyre, Jorge Amado, Lima Barreto e Machado de Assis, entre tantos outros autores.

Com as pesquisas na Biblioteca Pública, à cata de livros e jornais velhos, Manoel Santos Neto pôde redescobrir o Maranhão do período colonial e imperial, do padre Antônio Vieira com seus índios e escravos, de Manoel Beckman e do Negro Cosme, de Catarina Mina e de Mãe Andresa, o Maranhão de Ana Jansen e da Baronesa de Grajaú, da Balaiada e do Duque de Caxias, dos quilombos no meio da mata, dos cativos na senzala, das mucamas e amas-de-leite, dos capatazes, feitores e capitães-do-mato, dos senhores de escravos – fazendeiros, proprietários e empresários escravagistas -, enfim os senhores rurais dos grotões maranhenses, e o Maranhão provinciano, latifundiário, escravocrata, embrutecido pela violência e pela crueldade do cativeiro.

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