Lançado no dia 13
de maio de 2004, o livro “O negro no Maranhão – A
escravidão, a liberdade e a construção da cidadania”, de autoria do
jornalista Manoel Santos Neto, que passou 15 anos pesquisando os jornais do
século XIX e a escravatura negra no Maranhão, está de volta ao público. Pode
ser encontrado na Feira do Livro do Autor e Editor Maranhense (Flaema), que
acontece desde sexta-feira, 20, e vai até 29 de maio, no Shopping da Ilha.
O evento apresenta exclusivamente
escritores e artistas maranhenses e pretende valorizar os jovens talentos em
todas as áreas da arte, por isso seu tema é o RENOVO.
Aludindo à Grécia Antiga, com o tema
O RENOVO DA ATENAS BRASILEIRA, a FLAEMA presenteará o público com um templo
grego servindo de espaço para lançamentos, com equipe caracterizada com roupas
gregas.
Durante os 10 dias de evento, haverá
exposição de artistas plásticos, espetáculos teatrais, caleidoscópio musical,
mostra de talentos e principalmente eventos literários: saraus, rodas de
conversa, roda de leitura, palestras, bate-papos com escritores e muito mais.
PESQUISA HISTÓRICA
O livro escrito pelo jornalista
Manoel Santos Neto, além de traçar um painel sobre a história do negro
maranhense, virou uma obra que passa a limpo pontos chaves da formação cultural
do Brasil com fatos históricos e contemporâneos.
Foi a primeira publicação do projeto
Imprensa 200 Anos – Memória Maranhão, desenvolvido pela AMI para resgatar a
história da imprensa.
Mediante pesquisas no acervo da
Biblioteca Pública do Estado, o jornalista Manoel Santos Neto conseguiu
alinhavar um retrato inédito e primoroso da imprensa do século XIX e da
escravidão. Inúmeras notícias, artigos, crônicas e anúncios de jornais
maranhenses inspiraram o jornalista a aventurar-se a um amplo trabalho de
pesquisa e reflexão sobre o Maranhão daqueles velhos tempos.
Este desafio obrigou-o a ler – da
primeira à última linha – todos os livros de Abdias do Nascimento e, ao
coordenar todo o vasto acervo de subsídios sobre o negro maranhense, teve de
recolher informações em César Marques, Jerônimo de Viveiros, Dunshee de
Abranches, Nunes Pereira, Mário Meireles, Domingos Vieira Filho, Nina Rodrigues,
Maria Firmina dos Reis, Jomar Moraes, Astolfo Marques e Nascimento Moraes, e de
literatos de renome como Aluísio Azevedo, Josué Montello, Joaquim Nabuco,
Gilberto Freyre, Jorge Amado, Lima Barreto e Machado de Assis, entre tantos
outros autores.
Com as pesquisas na Biblioteca
Pública, à cata de livros e jornais velhos, Manoel Santos Neto pôde redescobrir
o Maranhão do período colonial e imperial, do padre Antônio Vieira com seus
índios e escravos, de Manoel Beckman e do Negro Cosme, de Catarina Mina e de
Mãe Andresa, o Maranhão de Ana Jansen e da Baronesa de Grajaú, da Balaiada e do
Duque de Caxias, dos quilombos no meio da mata, dos cativos na senzala, das
mucamas e amas-de-leite, dos capatazes, feitores e capitães-do-mato, dos
senhores de escravos – fazendeiros, proprietários e empresários escravagistas
-, enfim os senhores rurais dos grotões maranhenses, e o Maranhão provinciano,
latifundiário, escravocrata, embrutecido pela violência e pela crueldade do
cativeiro.
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