Ex-ministro de Minas e Energia, o
senador Edison Lobão (PMDB-MA) recusou participar de acareação com o ex-diretor
da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos delatores do esquema de corrupção na
estatal.
Lobão é investigado
neste inquérito pela suspeita de que o ex-diretor lhe pagou R$ 1
milhão “em razão de suas funções como ex-diretor de
Abastecimento […] atendendo a solicitação do” próprio beneficiário não só por
ser do PMDB, mas também se valendo de suas funções como ministro de Minas e
Energia, instância política da Petrobras”.
A investigação apura se o dinheiro
teria saído do caixa referente ao PP no esquema, sendo que “a doação se
efetivou por meio do doleiro Alberto Youssef, valendo-se de operações
fictícias, como artifícios, em contexto de possível processo de ocultação e dissimulação
de sua origem.”
Advogado do senador, Antonio Carlos
de Almeida Castro, o Kakay, disse que Lobão tinha interesse em fazer, mas foi
orientado pela defesa a não participar da acareação.
O criminalista afirmou que o Paulo
Roberto Costa e o doleiro Alberto Yousseff fizeram acareações, mas os dois
“estão em franca contradição” no caso.
“É a própria negação da essência da
delação, que é o compromisso de dizer a verdade. Ora se dois delatores se
contradizem as delações não podem valer e o Ministério Público teria o
compromisso ético de pedir a nulidade das delações”.
O senador ainda é alvo de outra
apuração no Supremo, ao lado de líderes do PMDB, por suspeita de ser
beneficiado com o pagamento de propina para a construção da usina de Angra 3.
O STF já autorizou
a quebra dos sigilos
bancário e fiscal de Lobão, de André Serwy, apontado por
delatores como operador do ex-ministro de Minas e Energia na Lava Jato, e de
duas empresas.
Na época, a defesa do senador Lobão
informou que, por ser um homem público, suas contas estão “naturalmente
abertas” e que ele próprio colocou seus sigilos à disposição da Polícia Federal
quando prestou depoimento.
Sua defesa nega o recebimento de
propina pelo senador.
Segundo a delação premiada do dono da
UTC, Ricardo Pessoa, Lobão, no comando do ministério, pediu R$ 30 milhões em
propina para financiar o PMDB nas eleições de 2014. O empresário contou aos
investigadores que pagou R$ 1 milhão ao senador para que fizesse “ingerência”
em favor do consórcio da UTC para construção da usina nuclear Angra.
O dinheiro foi pago em três parcelas,
sendo que em duas, Serwy foi receber pessoalmente no escritório da UTC. Em uma
delas, o empresário teria voltado para Brasília de carro, para evitar possíveis
problemas no aeroporto, em razão das quantias em dinheiro vivo.
De acordo com delatores, parentes de
Serwy trabalhariam para Lobão no Senado e seu pai teria sido sócio de Lobão em
uma empresa. (Folha de SP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário