sábado, 21 de maio de 2016

Sob o signo do sangue

Editorial JP, 21 de maio

Bandidos revoltados com as constantes prisões de seus asseclas, com os enormes prejuízos causados ao narcotráfico, com a modernização e integração das polícias militar e civil assanharam, na noite desta quinta-feira, um ato de terror no estilo de 2013 e 2014, incendiando ônibus no Paço do Lumiar, Vila Sarney e Liberdade. Conseguiram, conforme as estatísticas oficiais, incendiar três ônibus. Mas a reação da Polícia foi imediata e em menos de 24 horas 15 suspeitos estavam presos pela ação integrada das polícias militar e civil, serviços de inteligência e Grupo Tático Aéreo. Embora tenham utilizado o Watshap para tocar o pânico em São Luís, desta vez a tentativa de imprimir o terror daqueles anos terríveis não vingou.
O secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, declarou logo que a bandidagem teria uma resposta à altura do crime cometido. A verdade é que o crime organizado se sente sitiado por ações policiais que não se viam no Maranhão. Com a modernização, equipamento, 1.500 novos policiais, 200 novas viaturas, serviços de inteligência, a polícia conseguiu alcançar os grandes traficantes a nível estadual e interestadual. Os prejuízos do narcotráfico hoje são calculados em nada menos de 5 milhões de reais. E entre 2015 e estes primeiros meses do ano de 2016, ocorreu o maior número de prisões de traficantes já havido no Estado. Para azar dos bandidos, o Estado também retomou o controle do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, que estava em poder do crime organizado.
Portanto, a frustração do narcotráfico é enorme. Mas são estes, os homens presos ontem, os responsáveis pelo alto número de homicídios na capital, pela chacina de muita gente, se vivem sob o signo do sangue, à margem da lei e se aproveitam da pobreza circundante para cooptar pessoas cada vez mais jovens ao trabalho sujo de alimentar o tráfico. Esse tipo de violência, ataques diretos à sociedade civil, não acontecia no Maranhão há 17 meses, mas a resposta da polícia foi rápida, identificando os que ordenaram os sinistros dentro e fora de Pedrinhas.
“Se é guerra o que eles querem, é guerra o que eles vão ter”, disparou o comandante geral da PM, Frederico Pereira, corroborando a determinação do secretário Jefferson Portela, de que os inquéritos policiais atinjam os presos não apenas por este, mas por todos os crimes que já possam ter cometido.
E a guerra desses bandidos é contra a sociedade, é contra o cidadão de bem, embora que em determinados momentos tenha-se a impressão de que recebem apoio político e de parte da mídia que, infelizmente, parece interessada na promoção do terror. Eles também, sob o signo do sangue, como os líderes dessas facções.

Torçamos para que seja apenas impressão. 

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