Depois de tentar brilhar como a
‘princesa’ do impeachment na Câmara, atuando nos bastidores para conseguir
votos que garantissem a admissibilidade do processo contra a presidente Dilma,
Roseana Sarney volta às páginas policiais depois de se tornar ré em ação penal
por acusação de desvios milionários na Secretária de Saúde, comandada pelo
também réu Ricardo Murad. Empresas envolvidas em fraudes em licitações do
programa ‘Saúde é Vida’ fizeram doações milionárias para a campanha da
ex-governadora.
A ‘princesa do listão da Odebrecht’
perde fôlego, portanto, para tentar barganhar algum cargo importante em um possível
governo Temer. Também investigada na Lava Jato por acusação de ser beneficiária
de propinas, a ex-governadora sonhava com um ministério. Até o momento, ela não
foi cotada ou cogitada para nenhuma pasta. Há apenas a citação do nome do irmão
‘desafeto’, Sarney Filho, para o Ministério do Meio Ambiente.
Preocupada com os desdobramentos das
investigações, e temendo ser alvo de condução coercitiva ou mesmo de prisão, a
filha do oligarca José Sarney sempre esteve de olho em foro privilegiado. Esse
é o sonho de muitos investigados que devem ser protegidos por nomeações para
ministérios.
Vendo que não tem estrutura moral
para ocupar um ministério, ela estaria barganhando algum cargo no segundo ou
terceiro escalão. O sonho da ‘princesa’ do listão da Odebrecht era comandar a
pasta da Educação, mas teria desistido. Seus principais obstáculos seriam a
investigação na Lava Jato e a falta de capacidade para conduzir um ministério,
pois sempre se mostrou uma péssima gestora da coisa pública. Para complicar,
vai ter que se preocupar com a defesa nessa ação penal por desvios na Saúde.
A ex-governadora, por todos os crimes
que constam na ação penal, pode vir a ser condena a 28 anos de prisão. Outra
preocupação de Roseana é com a possibilidade de ficar inelegível por até oitos
anos, ficando fora das disputas pelo governo.
Todos sabem que o grupo Sarney aposta
no impeachment de Dilma para voltar a ter força junto ao Executivo e tentar
atrapalhar o governo de Flávio Dino, abrindo caminho para o retorno ao poder em
2018. E Roseana sonha com essa volta ao poder. O problema é que terá que
enfrentar os tribunais e a polícia, que pode bater à sua porta a qualquer
momento por conta das investigações da Lava Jato.
Pelo rosário de broncas que tem pela
frente, Roseana deve mergulhar no ostracismo e se recolher bom um bom tempo.
Talvez seja recomendável que ele passe um período em viagem pelo exterior
gastando o dinheiro adormecido em paraísos fiscais, já que o Wikileaks revelou,
em 2009, que ela tinha 150 milhões de dólares em Caimãs.
São tempos
nebulosos para a ‘princesa da Odebrecht’. Se correr, o bicho pega! Se ficar, o
bicho come!
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