Editorial
JP, 17 de maio
Um fato
histórico se pronunciou em São Luís nos últimos dias e com ele carregou
definitivamente para a História desta capital o prefeito Edivaldo Holanda Júnior.
Trata-se da licitação dos transportes públicos o que alguns parecem encarar
como medida corriqueira da administração, mas que, para o caso de São Luís e muitas
cidades do Nordeste, reúne décadas de aspirações, projeções e reivindicações
engolidas a seco pela população.
È um ato administrativo que, antes de tudo, precisou reunir coragem, determinação
e, principalmente, vocação política transparente e honesta do prefeito para o
aporte de grandes decisões no atendimento das demandas sociais do povo. O mundo
capitalista conhece as dificuldades e reticências quando se trata de combater
monopólios assentados em qualquer cidade, qualquer país. Exige sempre o
enfrentamento de gente muito poderosa, o seqüenciamento de batalhas
ininterruptas, nas quais quase sempre os monopólios saem vencedores.
Felizmente, não foi o caso.
Não se
trata de nenhum exagero de retórica dizer que a pressão dos empresários reduziu
o sistema de transportes em São Luís a esse vergonhoso padrão de qualidade.
Quando esta licitação, finalmente, chega à fase de apresentação e análise de
propostas, estamos vencendo décadas de açambarcamento de uma concessão
precária, operada com olho nos lucros e nenhuma preocupação com a dignidade dos
usuários e contribuintes. Da mesma forma, não se trata de exagero de retórica
afirmar que até aqui os gestores do município de São Luís se renderam a essas
pressões, atenderam aos interesses empresariais em detrimento do bem estar de
uma população inteira.
O que
fez, na verdade, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior, foi quebrar esse ciclo
monopolista que fez arrastar a população décadas inteiras em ônibus velhos,
deteriorados, acabados, até perigosos. Um número reduzido de empresas
manipulando o mercado, especialmente em se tratando de concessão pública, acaba
sempre em péssima prestação de serviços, alta de preços e declínio explosivo da
qualidade. Essa é uma regra irrefutável da economia de mercado que, nesse caso,
foi rompida somente agora.
Com
a licitação, estão fixadas penalidades para as empresas que não atenderem ao
padrão de qualidade exigível e presente em quase todas as capitais do país,
como ônibus biarticulados, ar condicionado, acessibilidade, veículos novos.
Louve-se, também, o posicionamento da justiça maranhense que, através do sempre
isento juiz Douglas Martins, optou pelo indeferimento de todos os recursos de
empresários muito bem organizados para barrar judicialmente a histórica
conquista de uma licitação dos transportes públicos em São Luís. Depois de
tanto sofrimento, esta é uma luta que não podemos perder.
Será louvável quando de fato for realmente implantado com todos esses detalhes acolhidos nesse contrato. Por enquanto e é ano eleitoral é apenas espectativa e promessa, ainda não existe a quebra do ciclo monopolista ventilado e mais, a cidade de São Luís possui uma precária malha viária que infelizmente tornaria sucata muitos desses veículos se não melhorar a médio ou longo prazo. Assim permanece sem nem um fato histórico que só acontecerá quando for definitivamente implantado e estiver funcionado.
ResponderExcluirMaçudi Salgueiro