Pouco mais de 12
horas depois de ter anunciado a anulação da sessão que autorizou a abertura do
processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente em exercício
da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), voltou atrás e revogou o seu
próprio ato.
A decisão do
primeiro-vice-presidente da Câmara, que ocupará interinamente a presidência da
Casa enquanto Eduardo Cunha (PMDB-RJ) estiver afastado do cargo, não produziu
nenhum efeito prático, a não ser gerar manchetes na mídia e aumentar a confusão
em torno do já tumultuado processo de impedimento de Dilma.
Criticada por juristas e alvo de ironia da imprensa internacional, a iniciativa de Maranhão deu em nada porque foi
simplesmente desconsiderada pelo presidente do
Senado, Renan Calheiros,
que a considerou intempestiva e optou por dar prosseguimento ao processo de
impeachment. Renan alegou que o processo já não se encontra mais dentro da
alçada da Câmara, por tramitar atualmente no Senado, que deve votar nesta
quarta-feira (11) o parecer do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) pela
aceitação do pedido de impeachment.
Waldir Maranhão
admitiu a parlamentares que resolveu recuar por temer ser expulso do seu
partido. A defesa de Dilma fica assim sem um argumento que pretendia usar para
tentar anular o processo no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota divulgada à
imprensa, Maranhão não explica por que decidiu voltar atrás.
Veja a íntegra da
nota:
“Revogo a decisão por mim proferida em
9 de maio de 2016, por meio da qual foram anuladas as sessões do Plenário da
Câmara dos Deputados ocorridas nos dias 15, 16 e 17 de abril de 2016, nas quais
se deliberou sobre a Denúncia por Crime de Responsabilidade número 1/2015.
Waldir Maranhão”
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