sexta-feira, 29 de julho de 2016

Boi de Santa Fé levará a cultura popular maranhense para as Olimpíadas



Um dos grupos de bumba meu boi mais tradicionais do Maranhão, o boi Unidos de Santa Fé vai representar o Estado nas Olimpíadas, entre os dias 3 e 7 de agosto, em São Paulo e Belo Horizonte, cidades onde serão disputadas algumas partidas de futebol durante os jogos. O grupo foi selecionado no edital ‘Circuito Funarte Cena Pública’ do Ministério da Cultura, que promoverá programação artística em vários espaços públicos abertos nas olimpíadas. O projeto conta com o apoio do Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur).
“É com orgulho que apoiamos a ida do boi de Santa Fé a esse grande evento possibilitando que visitantes brasileiros e do exterior, além do público local, se surpreendam com a beleza, os ritmos e a magia do nosso bumba meu boi”, comentou o secretário de Estado da Cultura e Turismo, Diego Galdino.
Com 28 anos de existência e um trabalho de expressão artística que se reflete na autenticidade de seus autos, batucadas e toadas, o Boi Unidos de Santa Fé vai fazer ao todo cinco apresentações nas Olimpíadas 2016. Em Belo Horizonte, o grupo será recebido na Praça da Estação, nos dias 3 e 4 de agosto, a partir das 20h. Nos dias 5, 6 e 7 de agosto, o Boi vai para São Paulo, onde os brincantes se apresentarão no Morro do Querosene, tradicional reduto da arte e cultura popular brasileira.


Para o amo do boi de Santa Fé, José de Jesus Figueiredo, ‘Zé Olhinho’, o mais importante é passar a animação e a alegria do grupo. “Acho que a cultura popular se fortalece a medida que conseguimos encantar as pessoas, seja pelo conjunto colorido das nossas indumentárias, seja pelas batidas e toadas do bumba meu boi, o importante é fazer o público se divertir”, ressaltou.
Encenação do auto
O projeto selecionado pelo Edital da Funarte, ‘Bumba-Meu-Boi de Santa Fé: Arte Popular do Maranhão e a Encenação do Auto do Bumba meu Boi’ tem como objetivo mostrar o auto do bumba meu boi e suas características. O espetáculo vai ser apresentado por 45 integrantes que estão preparando uma grande festa.
A intenção é fazer a encenação completa do auto do bumba meu boi baseada na lenda da morte e ressureição de um precioso boi. “Nos festejos juninos as apresentações são mais curtas e em geral o auto não é exibido, e agora temos a oportunidade de levar a narrativa tradicional do bumba meu boi para a gente do mundo inteiro”, destacou Zé Olhinho, que há mais de 50 anos contribui para a preservação e celebração do bumba meu boi no Maranhão.
Toada para as Olimpíadas
Além da encenação do auto, o Boi de Santa Fé leva para São Paulo e Belo Horizonte toada inédita, feita especialmente para as olimpíadas. Ao som das matracas e dos pandeiros, instrumentos que diferenciam o sotaque de baixada, Mestre Olhinho pretende entoar o refrão que preparou com carinho para o público: “Vamos todos dar as mãos, salve o Boi de Santa Fé com a bandeira do Maranhão”.
História
Formado por maranhenses que vieram da região da baixada em meados do século passado e se estabeleceram no bairro de Fátima, o Boi Unidos de Santa Fé nasceu a partir dos costumes, das crenças e da cultura que seus primeiros integrantes trouxeram de suas cidades. Hoje é referência importante para o bairro onde se formou e mantém a sua sede.

Este ano completou 28 anos de fundação. O grupo possui seis CDs gravados e participação em várias festividades culturais do estado e do país. Foi vencedor do 1º Festival de Toadas do Maranhão em 1986, recebeu prêmio de melhor toada e melhor intérprete no Festival de Toadas em 2006, e foi premiado na edição de 2007 do Prêmio de Cultura Popular Duda do Ministério da Cultura. Além de Zé Olhinho, o grupo é coordenado por Raimundo Miguel Ferreira e João Madeira Ribeiro.
Pertence aos grupos de bumba meu boi do sotaque da baixada, caracterizado pelo uso de instrumentos percussivos como pandeiros, caixas, tambores-onça, maracás e pequenas matracas.

Também se diferenciam pelos personagens cazumbas, rajados, índias, o amo e os vaqueiros. As máscaras, túnicas longas bordadas, fitas coloridas e chapéu alargado fazem parte de suas indumentárias.

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