Jornalista Sydney Schanberg (esq.) abraça seu
assistente e intérprete Dith Pran,
|
O
jornalista Sydney H. Schanberg, ex-correspondente do "New York Times"
e vencedor do Prêmio Pulitzer, morreu neste sábado (9), aos 82 anos, nos EUA.
O
trabalho mais conhecido de Schanberg foi a cobertura da ascensão do Khmer
Vermelho e do genocídio no Camboja, em 1975.
Schanberg
e seu assistente e fotógrafo, Dith Pran, foram capturados quando a guerrilha
comunista tomou a capital Phnom Penh após cinco anos de guerra civil.
Eles
haviam ignorado as instruções do jornal para deixar o país, do qual a maioria dos
jornalistas e diplomatas ocidentais já havia fugido.
O
jornalista conseguiu abrigo na embaixada francesa e, duas semanas depois, foi
levado à Tailândia. Pran, contudo, acabou nas mãos do novo regime e foi
torturado.
A
cobertura da violenta guerra no país africano lhe rendeu o Pulitzer, em 1976.
Em 1980,
Schanberg detalhou em um artigo os quatro anos de sofrimento de Pran, incluindo
tortura e fome, até conseguir deixar o Camboja rumo aos Estados Unidos.
O texto
acabou virando o livro "The Death and Life of Dith Pran" (A Morte e
Vida de Dith Pran, em tradução livre).
O relato
serviu de inspiração para o filme britânico "Os Gritos do Silêncio",
de 1984, que ganhou três estatuetas do Oscar, entre outros prêmios.
CARREIRA
Schanberg
começou a trabalhar para o "Times" em 1959, como auxiliar, e
permaneceu no veículo por 26 anos.
Mais
tarde, ele escreveu uma coluna para outro jornal americano, o
"Newsday".
Segundo o
"NYT", Schanberg morreu em Poughkeepsie, Nova York.
A causa
não foi anunciada, mas Charles Kaiser, amigo de Schanberg e ex-repórter do
"Times" afirmou que ele sofreu um ataque cardíaco na última
terça-feira (5).
(Folha de SP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário