sábado, 9 de julho de 2016

Jornalista que inspirou 'Os Gritos do Silêncio' morre aos 82 anos


Jornalista Sydney Schanberg (esq.) abraça seu assistente e intérprete Dith Pran, 
O jornalista Sydney H. Schanberg, ex-correspondente do "New York Times" e vencedor do Prêmio Pulitzer, morreu neste sábado (9), aos 82 anos, nos EUA.
O trabalho mais conhecido de Schanberg foi a cobertura da ascensão do Khmer Vermelho e do genocídio no Camboja, em 1975.
Schanberg e seu assistente e fotógrafo, Dith Pran, foram capturados quando a guerrilha comunista tomou a capital Phnom Penh após cinco anos de guerra civil.
Eles haviam ignorado as instruções do jornal para deixar o país, do qual a maioria dos jornalistas e diplomatas ocidentais já havia fugido.
O jornalista conseguiu abrigo na embaixada francesa e, duas semanas depois, foi levado à Tailândia. Pran, contudo, acabou nas mãos do novo regime e foi torturado.
A cobertura da violenta guerra no país africano lhe rendeu o Pulitzer, em 1976.
Em 1980, Schanberg detalhou em um artigo os quatro anos de sofrimento de Pran, incluindo tortura e fome, até conseguir deixar o Camboja rumo aos Estados Unidos.
O texto acabou virando o livro "The Death and Life of Dith Pran" (A Morte e Vida de Dith Pran, em tradução livre).
O relato serviu de inspiração para o filme britânico "Os Gritos do Silêncio", de 1984, que ganhou três estatuetas do Oscar, entre outros prêmios.
CARREIRA
Schanberg começou a trabalhar para o "Times" em 1959, como auxiliar, e permaneceu no veículo por 26 anos.
Mais tarde, ele escreveu uma coluna para outro jornal americano, o "Newsday".
Segundo o "NYT", Schanberg morreu em Poughkeepsie, Nova York.
A causa não foi anunciada, mas Charles Kaiser, amigo de Schanberg e ex-repórter do "Times" afirmou que ele sofreu um ataque cardíaco na última terça-feira (5). 
(Folha de SP)

Nenhum comentário:

Postar um comentário