A
ENTREVISTA DE ROBERTO ROCHA
Meninos,
eu li! Em entrevista de quase uma página no jornal O Estado do Maranhão, (é só
para correligionários) o senador Roberto Racha (digo, Rocha) disse, entre
outras pérolas do realismo fantástico, que a ida do PSB para o PDT não está
condicionada à indicação do vice. Disse mais, que nunca conversou com Eliziane
Gama sobre aliança com o PSB. Eu juro que li!
Bom,
se ele não quer mais condicionar o filho de vice, bota o deputado Bira do
Pindaré e acaba logo com essa novela. Mas ele disse também que não é candidato
a governador em 2018. E sabem o que é pior: eu acreeeedddditeeeei!
A
FESTA DA BARRIGADA
Quando
todos já falavam daquela barrigada, “a cagada do século”, segundo seus
difusivos mentores intelectuais, “desova de sarrabulho com cachaça”, conforme
os mais bem avaliados pinguços da Praia Grande, a sarneisada imponente resolveu
comemorar a “Caça ao Secretário Marcelo Coelho”, que nunca aconteceu, ou o que
juravam ser o primeiro caso de corrupção no Governo Flávio Dino, o que também
nunca houve.
Com
lagostas da Turquia, champagne de Nice, na França e mocotó importado
diretamente dos racistas dos EUA, a festa prometia prêmios aos primeiros que
conseguissem emplacar a reportagem no New York Times, Washington Post,
Liberacion ou El País. Aos “correspondentes” que lograssem divulgar a matéria
no Jornal Nacional, Band News e Jornal da Record, prêmios muito especiais: 10 %
do valor encontrado no escritório da Lunus, 15 % dos repasses feitos por Sarney
Filho para fazer cheirar a Lagoa da Jansen e 1,5 % de todo o montante de
recursos que Sérgio Machado já transferiu às escondidas para figurões do
Maranhão. Sem contar o prêmio de consolação: uma pontinha das maletas de
Alberto Youssef no Hotel Luzeiros.
Os
mais reluzentes convidados valsavam com os anfitriões na medida exata de seus
dramas pessoais. José Reinaldo Tavares dançava com Roseana, ao som do chachado
“Eu fui preso seu moço, eu fui preso”, Roberto Rocha Júnior se esgoelava
cantando “Pai, você foi meu herói, meu bandido”, lançando olhares furiosos na direção do presidente do
PT, Raimundo Monteiro”; Eliziane Gama, de salto alto, naturalmente, trocava
passos com Ricardo Murad ao som do samba “Não sei se eu vou, não sei se fico,
se eu fico aqui ou se eu fico lá”.
Felizes,
do outro lado do salão, José Sarney e Edison Lobão cantarolavam árias da La
Traviata, folheando, disfarçadamente, o libreto de Giuseppe Verdi e sonhando
com a volta de Eduardo Cunha ao poder na Câmara Federal. Antes de Renan cair no
Senado.
Quando
Wellington do Curso entrou mostrando as credenciais do SNI e se dizendo da base
do atual governo, Sarney mudou de tom e tascou o rock brabo: “Se te agarro com outro
te mato, te mando algumas flores e depois escapo”!
A
festa só terminou quando alguém trouxe a notícia de que um delegado federal
acabava de desmentir qualquer envolvimento de Marcelo Coelho com a organização
criminosa e que, como sempre, não havia nem sinal de corrupção no governo
Flávio Dino. Mas foi só ouvirem a expressão delegado federal misturada ao
vocábulo corrupção e todos os anfitriões saíram correndo da festa.
Os
convidados dançaram sozinhos.
TUMORES
E PRISÕES
Só
foram precisos cinco dias para que todos os presos da Operação Liliput, da Polícia
Federal, tivessem a prisão temporária convertida em prisão domiciliar, conforme
noticiou o Jornal Pequeno. O empresário Antônio Barbosa de Alencar, da Dimensão
Engenharia, foi o primeiro. Seus advogados juntaram documentos que noticiam ser
o empresário portador de uma “neoplasia maligna de próstata”. É claro que um
tumor com um nome tão imponente confere regalias especiais ao paciente, mas já
pensaram se todo preso pobre, com câncer brabo, barriga d’água, cancro duro,
doença venérea, fosse cumprir prisão domiciliar? Seria o fim da superlotação
carcerária no Brasil.
SE O BARBOSA ABRIR A BOCA
Foi-se o tempo em que tornozelo era
apenas uma coisa para moças casadouras torcerem nas presenças dos pretendentes.
Hoje é uma protuberância óssea importantíssima no mundo do crime. E era ele, o
tornozelo, na rádio peão na semana passada, logo após a prisão do Barbosa, da
Dimensão Engenharia.
Disseram logo que se esse homem abrir a
boca metade da classe política do Maranhão vai parar no xilindró. Junto, claro,
com algumas proeminentes figuras do high soçaite. O que acendeu o tino
comercial de um amigo que me veio propor sociedade na fundação de uma indústria
de tornozeleiras.
O cara fez uma exposição digna de
qualquer empresário de sucesso. Projetou o número de delações possíveis, a
importância de cada delatado, o número de recursos judiciais plausíveis, o peso
dos escritórios de advocacia contratáveis, o marketing comercial das prisões na
imprensa, para concluir que Barbosa era o grande insumo, a base econômica
da primeira indústria de tornozeleiras do Maranhão.
Por enquanto, tudo indica que suas
projeções comerciais estão no rumo certo. O próprio Barbosa, junto com seus
cúmplices, já está em casa usando um desses artefatos nos tornozelos. Na visão
futurista do meu amigo, é só esperar ele abrir a boca e iniciar a produção.
O PADRE, O CAMPO E A FLORESTA
O governador Flávio Dino inaugurou em
Imperatriz uma rodovia chamada Padre Josimo. Na mesma semana em que uma
operação conjunta da Polícia Federal, Ibama e Ministério Público atingiu um
terrível esquema criminoso de devastação florestal no Maranhão. Eu fui um dos
repórteres a cobrir o assassinato do padre Josimo, numa época de muita
violência e pistolagem nesse Estado. Ele foi uma entre as muitas vítimas dessa
violência, na luta contra a grilagem e pela paz no campo. Uma mais que justa
homenagem.
A MALDIÇÃO DAS MADEIREIRAS
A violência maior hoje é das
madeireiras. Dados do IBGE do ano de 2011 já apresentavam o Maranhão como o
estado com desmatamento mais acelerado no país. A essas alturas, só restavam 31
% da floresta densa e inacreditáveis 0,09 % do
babaçual. O cerrado já estava 25 % reduzido e qualquer estudo que
considerasse apenas a Amazônia Legal mostrava o Maranhão como o estado com
maior área devastada no país.
ANTES QUE O MARANHÃO VIRE CARVÃO
Na verdade, a soja ocupou a área de
cerrado no topo das chapadas, onde estão as nascentes dos principais rios do
Maranhão – Parnaíba, Mearim e Itapecuru. E isso enseja danos ambientais
irreparáveis.
Essas florestas estão simplesmente sendo
queimadas. O município de Grajau, por exemplo, destacou-se em 2011 como o maior
produtor de carvão do Brasil e pelo menos 5 municípios maranhenses constavam da
lista dos 20 maiores produtores de carvão do país.
A operação Hymenaea, portanto, foi muito
bem vinda ao promover a suspensão da certificação de 44 empresas madeireiras
que atuavam no Estado. É um esforço policial a que deve se juntar também o
governo do Estado.
Antes que o Maranhão vire carvão.
MANCHETÁRIO
O
ocaso de Lula: desprestígio, abandono e suspeitas (John Cutrim)
É
o mesmo de todos os brasileiros. Desprestígio, abandono e suspeitas. Suspeitas
de Dengue, Zika e Chicungunha.
Maranhão
tem mais de 200 desaparecidos (O Estado do Maranhão)
Inclusive
Sarney e Lobão depois da divulgação das gravações de Sérgio Machado.
Parlamentares
maranhenses voltam a vistoriar a BR 135 (O Estado do Maranhão)
Eles
não cansam? Já são quatro anos de vistorias.
Preso
empresário dono da Dimensão Engenharia (Geral)
Estão
dizendo que se ele abrir a boca metade da classe política do Maranhão vai parar
na cadeia.
Tiquira
maranhense nas Olimpíadas (O imparcial)
Deve
ser para dar cãibra nos adversários da seleção brasileira de futebol. Só assim
a gente ganha.
Wellington
apresenta projeto para criar Programa Saúde do Idoso (Caio Hostílio)
Um
belo esforço para ser ouvido durante a campanha.
São
Luís é a terceira cidade mais violenta do Brasil (Caio Hostílio)
Deve
ser pesquisa da Escutec,
Para
52 % dos brasileiros Temer deve ficar (Djalma Rodrigues)
Em
casa, senhores, em casa.
32
% pedem a volta de Dilma (Djalma Rodrigues)
Ao
movimento estudantil, senhores.
Waldir
Maranhão queria mais CPI (John Cutrim)
Que
tal uma para a Uema e outra para o TCE?
Governo
inaugura primeira escola de couros industriais do estado (Gilberto Lima)
Agora
mesmo é que vão tirar o couro da gente.
Agora
vai: jogos de azar serão liberados no Brasil (Luís Cardoso)
Os
jogos, porque o azar já foi liberado há muito tempo.
João
Alberto quer distância dos candidatos da cooperativa Flávio Dino (Luís Cardoso)
E
o eleitor do Maranhão inteiro quer distância dos candidatos de Sarney e João
Alberto.
Eliziane
ovacionada em feira da Liberdade (Marco D’eça)
Corretíssimo.
A feira é o lugar onde se encontra ovos com mais facilidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário