terça-feira, 9 de agosto de 2016

Com delação falsa, os Sarney tentam jogar sua própria lama em Flávio Dino


Pouco depois da votação na Câmara Federal no último dia 17 de abril, que aprovou relatório recomendando a cassação do mandato de Dilma Rousseff, a opinião pública maranhense ecoou a um só tom que Flávio Dino sofreria fortes retaliações assim que o vice, Michel Temer, assumisse a interinidade do cargo de presidente da República.
Na percepção dos maranhenses, as retaliações a Flávio Dino não viriam apenas porque o governador do Maranhão é uma das lideranças políticas mais aguerridas na defesa do mandato constitucional de Dilma. Plantar em uma coluna uma falsa delação não confirmada é criar uma cortina de fumaça para proteger as principais lideranças do PMDB – partido de Temer – no estado, tentando incluir o governador em um escândalo que na verdade é da família Sarney.
A Operação Lava Jato, como se sabe, nasceu no Maranhão em 2014, mais precisamente no Hotel Luzeiros em São Luís, quando a Polícia Federal (PF) prendeu o doleiro Alberto Youssef no momento em que, segundo as investigações, ele se preparava para pagar mais uma parte da propina à então governadora Roseana Sarney por favores prestados à empreiteira UTC-Constran, uma das empresas no centro do escândalo de corrupção que gerou a Operação Lava Jato.
Após a prisão de Alberto Youssef, uma avalanche de delatores, inclusive o próprio Youssef e o dono da Constran, Ricardo Pessoa, entregaram documentos e outras provas deixando claro que além da então governadora Roseana Sarney, o senador Edison Lobão e seu filho, Edinho, além do ex-presidente José Sarney, constavam como beneficiários dos esquemas de propinas da Lava Jato.
Roseana, Lobão, Edinho e o próprio José Sarney já estiveram no olho do furação da Operação Lava Jato. Investigados pela PF, a avaliação que se faz é de que nenhum deles sobreviverá à delação da empreiteira Odebrecht, prestes a ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Jogar parte de sua própria lama nos adversários é prática corrente do grupo Sarney há pelo menos 22 anos, quando os meios de comunicação de Sarney inventaram o cadáver de Reis Pacheco para prejudicar a candidatura de Epitácio Cafeteira ao governo, em 1994.
Na campanha eleitoral 2014, o próprio Flávio Dino foi acusado de chefiar uma quadrilha, após farsa grosseira montada nos meios de comunicação do adversário Edinho Lobão.

Se inventaram cadáveres, se usaram um detento do sistema prisional do estado para prestar falso testemunho, plantar na imprensa uma delação sequer confirmada. Jogar lama da Lava Jato no atual governador do Maranhão com o objetivo de preservar a si próprios, não passa de mais uma tática desprezível da oligarquia em ruínas, mas ainda perigosa.

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