JM
Cunha Santos
Falava Rousseau, no “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os
homens”, da necessidade de afastar cada vez mais a memória dos acontecimentos
infelizes, que convém esquecer, para que nunca mais ocorram. Em se tratando de
Maranhão, o governo Roseana é, certamente, um desses acontecimentos.
Cercaram-se, Roseana e seus auxiliares de tão volumosa presunção de impunidade,
sabotando aos códigos de honra a presunção de inocência, que tudo lhes pareceu
lícito fazer.
O
caráter perverso desse tipo de gestão faz cambalear todo o conceito de moral
humana, pois cometidos os delitos, fazem-se de vítimas, tentando transferir a
culpa para juízes e promotores e enxergando ódio e perseguição por trás da
denúncia e do recebimento da mesma. Mas a que ódio se referem? O ódio em si é o
ato de corrupção. A corrupção é, sim, a causa de incontáveis crimes, violências,
misérias e horrores, E, quase sempre, nunca punida no Maranhão.
O
nível de corrupção que houve nesse estado só é possível de ser constatado por
eliminação. Se alguém conseguir lembrar algum setor da administração pública,
como saúde, educação, segurança, infraestrutura, que não tenha caído sob
denúncia ou suspeita de improbidade administrativa durante a governança dos
Sarney.
No
artigo “Ódio e Perseguição”, Sarney revela o que todos já sabiam: que de ódio
ele entende e cultua como ninguém. E que o digam, para citar somente dois
exemplos, o governador falecido Jackson Lago e o hoje deputado federal José
Reinaldo Tavares.
Sim, o ódio copulado no sarneisismo fez
crianças sofrerem, guilhotinou esperanças com a impiedade da fome, matou a
agricultura e pôs maranhenses para correr daqui.
Mas
é Sarney quem espuma de raiva ao perceber que perdeu o controle do Poder Judiciário,
do Poder Legislativo e do Poder Executivo para que, finalmente, se assentasse
aqui uma política solidária, de amor ao próximo e compaixão pelos que,
infelizmente, padecem todas as pobrezas. E não há ódio maior que esse dos que
se decidem a comer tudo, enquanto a maioria morre de fome, sem nenhuma
compaixão.
Eu
vi o ódio no Maranhão. Via a sua cor, vi pistoleiros sangrando lavradores,
agiotas engolindo prefeituras, a imprensa violentada na Justiça, a polícia
usada como guarda pessoal de grileiros e o enriquecimento ilícito usado para
manutenção do poder. O ódio e sua origem na impunidade. Esse ódio eu vi. Não
vejo mais.
Que a partir de agora cada um, entre pobres e
ricos, responda por seus crimes e o povo do Maranhão possa viver em Paz.
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