JM
Cunha Santos
O
Maranhão é um dos poucos estados que até aqui tem conseguido driblar a crise
econômica nacional. Não foi necessário declarar estado de calamidade
financeira, não precisou parcelar salários, está pagando a integralidade do
décimo terceiro esta semana, manteve o pagamento do funcionalismo público em
dias durante estes dois anos.
Não
está, no entanto, imune a todos os efeitos da crise. Para manter essa situação,
digamos, confortável, o governo enviou à apreciação da Assembleia Legislativa
projeto de lei que altera alíquotas do ICMS nos setores de energia e
combustíveis. A meta é, além de assegurar a integralidade dos pagamentos dos
servidores, deixar aberta a possibilidade de reajustar salários de categorias
imprescindíveis, como professores e policiais.
O
projeto de lei reajusta a alíquota dos combustíveis de 25 % para 26 %. O álcool
anidro sofre essa alteração. Para o óleo OCBI, o governo propõe um reajuste de
12 % para 18 %, explicando, porém, que se trata de benefício concedido
especificamente a uma única empresa termelétrica. Benefício que se mantém,
embora que em menores proporções, pois a alíquota do óleo combustível é de 25
%.
O
governo do estado decidiu não propor alterações para o setor produtivo, razão
pela qual o óleo Diesel permanece com alíquota de 18 %, com vários benefícios
contidos na frota da região metropolitana. Também o querosene de aviação mantém
a alíquota de 25 %, resguardadas as reduções decorrentes do número de voos. Os
demais óleos também permanecem com alíquota de 25 %. Pela mesma razão,
resguardar o setor produtivo, não foram propostas alterações para os óleos utilizados
como insumo no processo produtivo, nem para o utilizado pelo setor de
transportes.
ENERGIA
O
projeto de lei propõe para o consumo de energia entre 50 kw e 500 kw, a mudança
da alíquota de 12 % para 18 %, sendo que o produtor rural ganha isenção até 300
kw. Para o consumidor residencial acima de 50 kw, a alíquota sobe de 25 % para
27 %.
No
entanto, ainda resguardando o setor produtivo, o PL não incide nas alíquotas
aplicáveis aos estabelecimentos comerciais e industriais. A alíquota fica
mantida em 18 %, quando na maioria dos estados a incidência é de 25 %, como nos
casos de Minas Gerais e Mato Grosso.
As
faixas de consumo residencial até 50 kw, ganham isenção. Nas faixas entre 50 kw
e 500 kw e produtores rurais, indústria e comércio, a alíquota é mantida em 18
%. Para o consumo residencial acima de 500 kw a alíquota, conforme o PL, passa
a ser de 27 %.
Com
a crise, a maioria dos estados aumentou o ICMS ainda em 2016, o que só não
aconteceu no Maranhão pela expectativa de que houvesse uma retomada da
economia. Registre-se, porém, que este não é o primeiro movimento do governo do
Estado para manter o Maranhão distante dos efeitos mais danosos da crise
econômica. Desde o início de sua gestão, Flávio Dino cortou gastos, desbancou
privilégios, a ponto de garantir ao estado uma economia de quase R$ 1 bilhão.
Previne agora o Maranhão de um colapso financeiro igual ao de estados como o
Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul. Previne-se da recessão econômica, na ideia
de poupar de sacrifícios insuportáveis os servidores públicos, aposentados,
pensionistas e garantir o funcionamento pleno dos sistemas de saúde, segurança,
agricultura e educação.
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