quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Despoluição de rios e balneabilidade

Por Robson Paz - Radialista, jornalista. Subsecretário de Comunicação Social e Assuntos Políticos


As praias e rios de São Luís foram depósitos de lixo e dejetos in natura por décadas. Após 1 ano e 11 meses de trabalho incessante, a população da capital do Maranhão pode comemorar a despoluição dos rios Pimenta e Parga, além da progressiva recuperação dos rios Anil e Claro, no Olho D’água.
Todas estas ações ocorrem paralelas ao processo de tratamento dos esgotos de São Luís. Recentemente, o governador Flávio Dino concluiu e entregou a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE), no Vinhais. Lá, estão sendo tratados 200 litros de esgoto por segundo e até o fim deste ano a operação será ampliada para 400 litros de esgotos tratados por segundo. Isto corresponde a mais da metade da capacidade da ETE, que é de 700 litros por segundo.
Para ampliar o sistema, o governo do Estado trabalha para concluir a construção da ETE Anil e na recuperação de outras duas existentes, no Jaracati e no Bacanga. Estas por falta de manutenção e investimentos em governos passados não operam na plenitude de suas capacidades.
Neste contexto, o programa “Mais Saneamento” prevê ainda a implantação de 35 novas Estações Elevatórias de Esgoto (EEE) e 355 km de redes coletoras e interceptoras, das quais 85 km estão instaladas, além da despoluição da Lagoa da Jansen.
Pois bem, todo esse conjunto de intervenções para recuperar rios e dar a destinação correta aos esgotos tem entre outros resultados a melhoria dos índices de balneabilidade das nossas praias. Praticamente todas voltaram a estar próprias para banho, desde agosto deste ano.
Contudo, este é um processo em permanente monitoramento. Semanalmente, análises são realizadas e os laudos sobre a balneabilidade divulgados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), de acordo com a Resolução nº 274/00, do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).
A Sema monitora regularmente 21 pontos nas praias Ponta d’Areia, São Marcos, Calhau, Olho d’Água, do Meio e Araçagi. Após várias semanas com as praias próprias para banho e prática de esportes, recente laudo identificou sete pontos, seis na Ponta D’Areia e um no Araçagi, em condições inadequadas.
Curiosamente os anos de praias interditadas parecem ter incomodado menos uma pequena parte de críticos que o processo de despoluição em curso. É muito simplista, portanto, creditar este recente resultado tornando parte das praias imprópria para banho a uma pequena chuva. Aliás, esta ocorreu após a realização da última coleta para análise da balneabilidade. Desse modo, este argumento é muito frágil cientificamente.
Ao governo cabe intensificar as ações para despoluição dos rios e ampliar tratamento de esgotos como vem fazendo, além de endurecer ainda mais a fiscalização visando coibir o lançamento desordenado de esgotos nas praias.
Importante, pois, o comprometimento do poder público e sociedade civil nesta cruzada para que nossos rios sejam despoluídos e as praias estejam balneáveis. Eis o desafio posto, que deve unir todos.

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