JM Cunha Santos
Em meio a esse ritual de demolições, o
Maranhão se manteve equidistante do núcleo da crise econômica. Não precisou
atrasar salários, não precisou parcelar, consegue pagar o segundo maior salário
do país aos professores, trouxe para dentro dos nervos da até ontem combalida
segurança pública mais 2.500 policiais, reestruturou o sistema de educação
humilhado com as presenças de escolas de pau a pique. Pelo esforço de uma
gestão comedida e transparente que, logo de início, economizou R$ 300 milhões.
O episódio da aprovação do realinhamento
das alíquotas do ICMS, que tanto protesto mereceu das coligações sarneisistas,
é um primeiro sinal de que o governo Flávio Dino permanece no intento de
proteger as classes trabalhadoras, do funcionalismo público ao trabalhador
rural.
Não adianta urrar. O fato da corrupção a
que nos acostumamos como praga institucional no Maranhão, durante quase meio
século, foi o grande responsável pela decadência econômica do estado. O
Maranhão se manteve submetido a todo tipo de máfia e organização criminosa
agindo nos cofres públicos por tempo demais. E a crise, que é do Brasil, mais
danos poderia causar aqui, no estado mais pobre da Federação, se o atual
governo não cortasse uma gama de privilégios de castas, gastos milionários
supérfluos e protegesse o estado dos efeitos de desvios bilionários como os
detectados nas secretarias da Saúde e da Fazenda pelo Ministério Público, Polícia
Civil e Polícia Federal: 2 bilhões de reais.
Manter o ritmo da administração,
priorizando categorias como professores, policiais e trabalhadores rurais,
enfrentando a extrema pobreza e conduzindo programas inadiáveis como o Mais
Asfalto, Mais Escola Digna, Mais Bolsa Família Escola, construindo novos
hospitais regionais, combatendo a mortalidade infantil e a mortalidade materna,
investindo em segurança e educação, ao valor de 1% de reajuste nas alíquotas do
ICMS, não é um preço muito alto a pagar. Principalmente se refletimos sobre o
quanto a corrupção tomou desse estado até o passado recente do ano 2014..
Uma frase do governador Flávio Dino
deveria ser bastante para calar os
inesperados tributaristas da miséria alheia que discursam e escrevem
contra o realinhamento das alíquotas do ICMS, medida, afinal, adotada por 20
estados no Brasil. Ele disse que “Os críticos do ajuste fizeram parte do
cardume de tubarões que sangrou os cofres públicos no Maranhão. E é fácil
deduzir que grande parte dessas reações não passa de jogo de cena. Afinal,
trata-se de uma gente que reza todos os dias pelo fracasso do governo, que ora
a todos os deuses por um desastre administrativo no Estado. Eles só querem
voltar ao poder; não estão em nada preocupados com o povo do Maranhão.
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