Polícia Civil do
Rio concedeu uma entrevista coletiva, na noite desta sexta-feira (30), para
esclarecer a morte do embaixador grego Kyriakos Amiridis. Segundo Evaristo
Pontes Magalhães, delegado da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense
(DHBF), a Justiça decretou temporária a prisão da viúva, a embaixatriz
Françoise Amiridis; do PM Sérgio Gomes Moreira Filho, que era seu amante; e do
primo dele, Eduardo Moreira de Melo.
Até as 20h30, a
informação não havia sido confirmada pelo Tribunal de Justiça. Segundo a
polícia, os três estão detidos na delegacia e devem ser levados a presídios no
sábado (31).
Segundo o
delegado, primo e o PM confessaram o crime. Eduardo disse que a morte foi
planejada pelo PM e pela mulher, que teria oferecido R$ 80 mil para ele ajudar.
A viúva negou ter oferecido o dinheiro em depoimento que, segundo o delegado,
foi repleto de contradições.
"Inicialmente
ela negou, mas conseguimos demonstrar para ela que não tinha mais saída. Aí,
ela cai em contradição, cai no pranto de choro e começa a relatar que
finalmente o policial militar tinha sido o auto daquele crime de homicídio.
Disse que não queria que acontecesse, que não tinha culpa, que não tinha como
ter evitado", explicou o delegado.
Segundo o
delegado, Eduardo, de 24 anos, resolveu confessar o crime ao saber que não
receberia os R$ 80 mil e que a vítima era um embaixador.
Segundo a polícia,
o crime foi passional, mas o caso não está encerrado. "A investigação é
complexa e há muitas informações a serem esclarecidas ainda", explicou o
delegado.
De acordo com a
investigação, o embaixador de 59 anos foi morto dentro da própria casa do
embaixador - o sofá com manchas de sangue foi periciado.
Segundo depoimento
de Sérgio, de 29 anos, houve luta corporal e o PM usou a arma que estava com o diplomata
para atirar. A polícia investiga se o embaixador foi esfaqueado já que, de
acordo com depoimentos de vizinhos, ninguém ouviu o som de disparos no
apartamento.
O delegado disse
que Françoise disse em depoimento que chegou em casa de madrugada e não viu
nada. Ela, então, perguntou ao PM porque o sofá estava molhado. O militar,
então, contou a ela que tinha matado o embaixador.
O PM diz que, logo
depois, retirou o corpo usando o carro que tinha sido alugado pelo embaixador.
Ele negou que a mulher, de 40 anos, tenha participado do assassinato.
Câmeras de segurança
O Jornal Nacional
teve acesso a imagens de câmeras de segurança que ajudaram a Polícia Civil do
Rio a esclarecer o assassinato. A gravação mostra o policial militar entrando a
pé com o primo no condomínio onde mora a família da mulher do embaixador.
Eram 19h53 da
última segunda-feira (26). Sérgio e o primo ficam cerca de uma hora em frente à
casa onde estava o embaixador antes de entrar. Quase três horas depois, Sérgio
sai sozinho com o carro alugado pelo embaixador e volta a pé.
Às 2h30 de terça
(27), Sérgio estaciona novamente na porta da casa. O primo dele aparece. Os
dois mexem no banco traseiro. Os investigadores dizem que o carro saiu do
condomínio com o corpo do diplomata às 3h20.
As imagens
reforçaram as contradições no depoimento dos três denunciados pelo crime.
(Com informações Gazetaweb)
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