De
acordo com o major Eduardo Franco da PM, os detentos estão armados.
Penitenciária, a maior do RN, foi palco de matança no fim de semana.
Andréa Tavares Do G1 RN
“Os presos estão armados e se matando”. A afirmação
é do major Eduardo Franco, da assessoria de comunicação da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, e se refere à
rebelião reiniciada na manhã desta quinta-feira (19) na Penitenciária Estadual
de Alcaçuz, em Nísia Floresta.
Um cenário de guerra toma conta da penitenciária.
“Está todo mundo armado”, afirmou o major Franco. "A sorte é que eles não
estão atirando contra as guaritas, senão teríamos que revidar", completou.
No último sábado (14) a presidente do Sindicato dos
Agentes Penietnciários, Vilma Batista, afirmou que homens em um carro se
aproximaram do presídio, antes da rebelião, e jogaram armas por sobre o muro.
NO RN
Motim em Alcaçuz deixou 26 mortos
rebelião e mortes
A rebelião em Alcaçuz começou na tarde de sábado
(14), logo após o horário de visita. Presos do pavilhão 5, que abriga
integrantes do PCC, usando armas brancas, quebraram parte de um muro e
invadiram o pavilhão 4, onde há presos que integram o Sindicato RN.
A prisão se tornou um verdadeiro
campo de batalha na terça-feira (17). As duas facções estão
divididas no espaço que liga os pavilhões. Do lado esquerdo, perto do pavilhão
4, estão os integrantes do Sindicato do RN; do lado direito, os do PCC. Armados
e com barras de ferro, paus e pedras, eles montaram barricadas com grades,
chapas de ferro dos portões, armários e colchões.
Desde segunda-feira (16), o governo do Rio Grande do Norte mantém contato com os
líderes de facções, para tentar retomar o controle de Alcaçuz. A
negociação é feita com integrantes do PCC e do Sindicato do RN. O secretário de
Segurança Pública e Defesa do Rio Grande do Norte (Sesed), Caio Bezerra, disse
que as facções foram informadas de que a polícia não iria mais permitir
confrontos entre criminosos.
Os integrantes do PCC ocupam o presídio Rogério
Coutinho Madruga, conhecido como pavilhão 5 de Alcaçuz. Dos outros quatro
pavilhões de Alcaçuz, três abrigam integrantes do Sindicato do RN, facção
criminosa que rivaliza com o PCC pelo comando de unidades prisionais e,
principalmente, o tráfico de drogas no Estado.
Inaugurada em 1998 com foco na
"humanização", a penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte,
está sem grades nas celas desde uma rebelião em março de 2015. Com isso, os
presos circulam livremente e os agentes penitenciários se limitam a ficar
próximos à portaria O complexo, no município de Nísia Floresta, na Grande
Natal, tem capacidade para 620 presos.
Transferências e onda de violência
Nesta quarta-feira (18), 220 presos ligados à facção Sindicato do RN foram
retirados de Alcaçuz e levados para a Penitenciária Estadual de Parnamirim, de
onde detentos foram retirados para serem transferidos a outras prisões.
Inicialmente, o governo planejava fazer uma permuta
e levar para Alcaçuz 116 detentos sem ligações com facções que estavam
Parnamirim. A juíza corregedora responsável pelo presídio, entretanto, impediu.
Com isso, esses 116 foram levados para a cadeia pública de Natal. A prisão tem capacidade para
acomodar 216 presos, mas com a chegada dos transferidos de Parnamirim passa a
abrigar 676.
Segundo a secretaria de Segurança, as
transferências são uma estratégia para evitar novos confrontos entre as facções
criminosas e uma fuga em massa. Bezerra, o titular da pasta, diz que além da
informação sobre os túneis nos pavilhões 1 e 2, o governo soube que os detentos
desses locais – ligados ao Sindicato do RN – tinham um plano "bastante
avançado" de retaliação contra os presos do pavilhão 5, ligados ao PCC.
Durante as transferências, o estado passou a
registrar uma onda de ataques, que se estenderam até a madrugada desta
quinta-feira (19). Dezesseis ônibus, dois micro-ônibus, um carro do governo do
estado, três carros da secretaria de Saúde de Caicó, duas delegacias e um
prédio de uma secretaria de Saúde foram alvos de ataques. Não há informação
sobre feridos. Os ataques ocorreram em oito cidades do estado.
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